E-commerce favorece acesso a produtos sustentáveis da Amazônia, mas desafios vão além da logística
Empreendedores precisam investir na capacitação e na formalização de fornecedores da floresta para garantir qualidade e escala
À frente da startup paraense Manioca, Joanna Martins costuma resumir em poucas palavras a experiência na produção e na comercialização de tucupi, um caldo extraído da mandioca brava. "Empreender no Brasil não é fácil. Na Amazônia, fica um pouco mais difícil", conta Joanna. "Fazer isso com ingredientes da floresta se torna ainda mais desafiador. Vender para o Brasil e para o mundo, então, é o ápice da dificuldade."
Nascida em Belém (PA), a empreendedora viu o pai e a avó investirem na valorização dos ingredientes regionais no restaurante da família. Em 2014, decidiu seguir esse caminho para desenvolver produtos naturais a partir de 20 ingredientes nativos da Amazônia. Uma de suas motivações era reduzir a distância entre a região onde nasceu e o restante do País, algo que ficou muito claro no período em que fez faculdade em São Paulo. "Vi que tudo que era da minha cultura não existia em São Paulo", relembra.