Inspirado na 25 de Março, empresário cria o Camelô Digital
Loja online oferece variedade de produtos, semelhante aos comércios populares do Brasil
O modelo de comércio mais tipicamente brasileiro serviu de inspiração para Odirlei Nigra, 35, criar a loja online Camelô Digital, lançada em agosto desse ano. Assim como nas bancas populares, a ideia é oferecer a maior variedade possível de produtos e atrair o público que costuma fazer compras nos camelôs espalhados pelas cidades do país.
“Nós somos do interior de São Paulo, e aqui o pessoal vai muito para a capital procurar itens na 25 de Março. Não vendemos produtos de camelô e temos artigos para todos os consumidores, mas o objetivo do nome é chamar a atenção dos clientes que queremos atingir, especialmente da classe C”, explica Nigro.
No site, as categorias são as mais variadas: instrumentos musicais, casa e jardim, informática, peças automotivas, jogos eletrônicos, segurança, telefonia, estética e beleza, mascotes de times, canecas, itens para bebês (incluindo alimentos), equipamentos para ginástica, câmeras fotográficas, carregadores de celular, tomadas e uma lista sem fim de objetos de todo tipo, desde porta-toalhas até papa-bolinhas para roupas, lembrando mesmo um grande camelô.
“A opção por um e-commerce que reunisse vários segmentos é um desafio porque basicamente todas as outras lojas na internet são concorrentes. Mesmo assim, no momento, o mais fácil e menos burocrático seria uma loja de departamentos. Estudamos lojas de nicho e vimos que enfrentaríamos algumas dificuldades ”, relata Nigro.
O projeto começou em outubro do ano passado e recebeu investimento de cerca de R$ 100 mil para o desenvolvimento do site, contratação de plataforma tecnológica, plano de negócios e outros custos. A loja online associou-se a uma empresa do ramo de metalurgia em Mogi Guaçu (SP) e utiliza uma parte da estrutura da companhia como escritório e estoque.
Foco no atendimento
A estratégia da empresa para divulgar a marca e ganhar mercado é qualificar a área de atendimento ao cliente e torná-lo mais pessoal e menos “mecanizado”. Para isso, investiu em proatividade – o comprador é contatado mesmo que não haja problemas a serem resolvidos – e em canais de contato variados. Além dos tradicionais telefone e email, os clientes entram em contato através de Skype, Whatsapp e bate-papo na internet.
“A gente está ligando para falar que deu tudo certo, temos chat online direto, oito números de telefone, Whatsapp, Skype... atuamos no Facebook, no Instagram, respondemos todas as dúvidas. Mesmo as perguntas mais simples, a gente responde e isso acaba gerando uma conversa maior. Nossa estratégia é estar mais próximo do cliente”, explica Nigro.
Mesmo com a expectativa positiva, os planos da empresa também levam em conta o cenário econômico atual e seguem um planejamento realista: a meta da loja online é começar a gerar lucro em dois anos. A perspectiva de que o mercado de e-commerce continue a crescer e abraçar novas empresas está dentro dessa visão de longo prazo. “Nosso projeto é bem pé no chão, e o mercado de e-commerce é muito grande, tem quase 60 milhões de consumidores. Até agora, estamos dentro do planejado”, avalia Nigro.