É melhor entrar no rotativo ou parcelar a fatura com juros?
Lei aprovada no Congresso no início do mês obriga que CMN defina um limite para o juros do rotativo
O Congresso aprovou no início deste mês uma lei dando 90 dias para que o Conselho Monetário Nacional (CMN) defina um limite para os juros do rotativo do cartão. No entanto, enquanto este limite não é fixado, a fatura do cartão continua chegando para milhões de brasileiros, e quem está passando por um momento de aperto pode ter dúvida se é melhor entrar no rotativo ou parcelar a fatura com juros.
A taxa média cobrada no rotativo está em 432,24% ao ano, o que representa 14,9% ao mês, segundo dados de setembro do Banco Central (BC). Caso não seja definido dentro do prazo um limite para estes juros, será imposto um teto e a taxa do rotativo não poderá exceder o valor original da dívida, o que representa juros totais de 100%.
Essa porcentagem é o que a lei estabelece em caso as instituições financeiras não ofereçam uma alternativa. Atualmente, entretanto, as linhas de crédito rotativo são tidas como as linhas mais caras do mercado. Já o parcelamento, normalmente, cobra uma taxa de juros menor do que o crédito rotativo e o prazo é mais longo.
Para especialistas ouvidos pelo Terra, parcelar a fatura é melhor. No parcelado, a média de juros é de quase 200% ao ano. “Com certeza, a melhor opção é a pessoa buscar um parcelamento da dívida”, diz João Franciscangelo, diretor de growth na fintech de crédito Open Co.
Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) e professor da FIA Business School, também afirma que o parcelamento terá certamente um custo para o consumidor menor que o rotativo.
"No rotativo, se alguém comprar uma TV de 32 polegadas no valor aproximado de R$ 1,2 mil parcelado em 12 meses, e não pagar nenhuma parcela, ao final do prazo o comprador terá uma dívida equivalente a mais de cinco aparelhos de TV".
Como funciona o rotativo
O rotativo é uma linha de crédito onde as pessoas fazem suas compras à vista ou parceladas sem ter "nenhum encargo de juros". No entanto, quando a pessoa não consegue pagar a totalidade da sua fatura, nenhum valor ou parcialmente, o saldo restante entra no que a gente chama de juros do rotativo, que tem uma incidência de taxas de juros muito mais altas do que outros produtos de crédito no mercado.
Ou seja, trata-se de linha de crédito com facilidade de entrada, mas que pode trazer muita dor de cabeça quando o cliente não paga o valor total da fatura do cartão até a data do vencimento.
Desde 2017, há um limite para que o consumidor fique apenas 30 dias no rotativo. Depois do prazo, as instituições financeiras são obrigadas a migrar a dívida para um crédito parcelado, com juros menores.