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Economia aumenta de 3,5% para 5,3% previsão de alta do PIB este ano e vê inflação acima da meta

Segundo a Secretaria de Política Econômica, o resultado do PIB do primeiro trimestre mostrou que a economia brasileira está se recuperando da crise causada pela pandemia da covid-19

14 jul 2021 - 10h09
(atualizado às 11h50)
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BRASÍLIA - O Ministério da Economia revisou sua projeção para a recuperação da economia em 2021 e espera agora uma alta de 5,30% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A previsão consta na grade de parâmetros da Secretaria de Política Econômica (SPE), divulgada nesta quarta-feira, 14. Na última previsão, de março, o crescimento estimado para este ano era de 3,50%.

De acordo com a SPE, o resultado do PIB do primeiro trimestre, com alta de 1,2%, mostrou que a economia brasileira está se recuperando da crise econômica causada pela pandemia da covid-19 a taxas mais altas que nas retomadas após recessões anteriores. "Desde março, as projeções de analistas de mercado têm melhorado, devido a resultados positivos de indicadores de atividade e ao avanço da vacinação em massa", afirma a secretaria, no documento.

Para 2022, a estimativa de alta no PIB passou de 2,50% para 2,51%. O ministério manteve ainda as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024 e 2025 - todas em 2,50%.

No último relatório Focus, uma centena de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de 5,26% para o PIB de 2021. Para 2022, a estimativa é de crescimento de 2,09%.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse que se "mudanças estruturais ocorrerem", como uma terceira onda da pandemia de coronavírus, a pasta fará ajuste nas projeções para a economia. "A pandemia criou dificuldades extras para as projeções econômicas", completou.

Sachsida foi questionado pelo assunto depois de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 receber documentação que mostrou que o secretário fez previsões sobre o fim da pandemia no fim do ano passado sem questionar o Ministério da Saúde. Na ocasião, ele disse que o Brasil estava próximo de alcançar a "imunidade de rebanho". Com a segunda onda muito mais forte do que a primeira, o secretário pediu desculpas pelas declarações e disse que não deveria ter falado de assunto fora de sua alçada.

O secretário disse que a equipe está acompanhando a questão hídrica e defendeu a aprovação de novos marcos legais no setor energético.

O secretário disse ainda que o crescimento potencial do PIB em 2019 era 1,5% e que, para 2022, a expectativa é de 2,5%, o que, na sua visão, mostra que as reformas e ações adotadas pela equipe econômica "deram certo". Ele ressaltou que o investimento privado está crescendo e que a qualidade é melhor do que a do investimento público.

Para o Ministério da Economia, alta do PIB no primeiro trimestre aponta recuperação da atividade.
Para o Ministério da Economia, alta do PIB no primeiro trimestre aponta recuperação da atividade.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil / Estadão

Inflação

Para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, a estimativa do governo passou de 5,05% para 5,90%, acima do teto da meta de inflação deste ano, que é de 5,25%. Para 2022, a projeção foi mantida em 3,50%.

A SPE ressaltou que, apesar de o valor projetado estar acima do teto da meta , "a expectativa de inflação de mercado no médio prazo encontra-se ancorada e a projeção do IPCA converge para o centro da meta a partir de 2022 (3,5%)".

No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 6,11% em 2021 e de 3,75%em 2022.

Todas as projeções para a inflação em 2021 estão bem acima do centro da meta deste ano, de 3,75%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,25% a 5,25%). No caso de 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00% a 5,00%).

Ao não cumprir a meta estipulada pelo próprio governo, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da Economia explicando as razões.

O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 5,05% para 6,20%. Para 2022, a projeção passou de 3,50% para 3,42%.

Já a estimativa da Economia para a alta do IGP-DI em 2021 passou de 15,21% para 17,40%. Para o próximo ano, a projeção passou de 4,26 para 4,72%.

Estadão
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