Economia brasileira desacelera e PIB sobe 0,1% no terceiro trimestre
Perda de fôlego no período de julho a setembro já era esperada, depois de um primeiro semestre de bastante força da economia brasileira
A economia brasileira confirmou a perda de fôlego esperada para o terceiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,1% na comparação com os três meses anteriores. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 5.
O resultado do PIB ficou dentro do esperado pelas projeções colhidas pelo Broadcast, cujo intervalo variava de queda de 0,6% a alta de 0,9%, mas veio acima da mediana das previsões, que era de -0,2%.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, o PIB avançou 2%.
A desaceleração no período de julho a setembro já era esperada, depois de um primeiro semestre de bastante força da economia brasileira. No segundo trimestre, o PIB avançou 0,9% e ficou acima da mediana das projeções e, nos primeiros três meses do ano, cresceu 1,8%, influenciado por um resultado extremamente positivo do agronegócio.
"Essa resultado do PIB se dá por conta da perda de resultado do agro, bastante forte no primeiro semestre", afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.
De fato, do lado da oferta, serviços e indústria ainda cresceram 0,6% no período. E o agronegócio recuou 3,3x%. "A soja tem um peso muito importante no primeiro trimestre e, no segundo, praticamente não tem mais", afirma Natália Cotarelli, economista do Itaú.
Neste ano, o Brasil foi beneficiado por uma safra recorde e por elevados preços das commodities no cenário internacional, o que deve trazer um resultado recorde para a balança comercial.
Do lado da demanda, o consumo das famílias ainda mostrou força e cresceu 1,1%, enquanto a formação bruta de capital fixo, os investimentos, recuaram 2,5%. O consumo do governo teve alta de 0,5%.