Ecorodovias vence leilão por BR-364/365 com deságio de 33%; ação sobe 3%
A concessionária de infraestrutura Ecorodovias venceu nesta sexta-feira o leilão para concessão por 30 anos de trecho das BR-364 e BR-365, que ligam Minhas Gerais e Goiás, oferecendo cobrar a menor tarifa de pedágio e vencendo outras duas concorrentes.
"O trecho se encaixa bem no plano de negócios da Ecorodovias", afirmou o diretor-executivo de Finanças da companhia, Marcello Guidotti, a jornalistas após o certame, acrescentando que o foco da empresa nos próximos leilões de infraestrutura será em rodovias.
Com um lance de 4,69364 reais, um deságio de 33,14% em relação ao preço máximo de 7,02 reais, estabelecido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Ecorodovias superou as propostas do consórcio Way e a Silva & Bertoli Empreendimentos, que ofereceram tarifas de 5,82673 reais e de 5,75640 reais, respectivamente.
O trecho tem 437 quilômetros, ligando as cidades de Uberlândia (MG) e Jataí (GO), sendo 244 quilômetros em Minas e 193 quilômetros em Goiás. O investimento previsto pela ANTT é de cerca de 4,5 bilhões de reais, sendo 2,06 bilhões de reais em obras e 2,51 bilhões em custos operacionais.
De acordo com Guidotti, a Ecorodovias pode tomar recursos de bancos de fomento e do mercado de capitais para ajudar a pagar os investimentos no trecho, além de capital próprio.
Por volta das 12:50, as ações da Ecorodovias subiam 2,99%, a 14,11 reais, entre as maiores altas do Ibovespa, que cedia 0,1%. Na máxima até o momento, os papéis da empresa foram negociados a 14,15 reais, recorde intradia.
Este foi o primeiro leilão de concessão de rodovias federais do governo do presidente Jair Bolsonaro e deve fechar o cronograma de leilões de infraestrutura em 2019.
2020
Em entrevista coletiva na sede da B3 em São Paulo, após o leilão, o ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas, disse que o governo federal pretende leiloar sete trechos de rodovias em 2020, incluindo o da Nova Dutra.
Entre os demais trechos de rodovias federais que serão licitados, estão a BR-101, em Santa Catarina; a BR-153, que liga Goiás a Tocantins; o lote BR-381 e BR-262, de Minas Gerais ao Espírito Santo; a BR-163, no Pará; a Rio-Teresópolis e a Rio-Juiz de Fora (MG).
"Temos cerca de 14 mil quilômetros de rodovias no 'pipeline'", disse o ministro.
Freitas também afirmou que o país fará o "dever de casa" no que diz respeito à preservação ambiental nos projetos de infraestrutura e que o investidor internacional está percebendo que o Brasil tem projetos sustentáveis nesse sentido. "Há vários projetos de infraestrutura que se harmonizam com a Amazônia", exemplificou.