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Edge Group, dos Emirados Árabes, compra 51% da brasileira Condor, de armas não letais

Estatal vê Brasil como parceiro estratégico e tem ampliado presença no País

30 abr 2024 - 13h13
(atualizado às 13h48)
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Foto: Divulgação

A Edge Group, estatal do setor de defesa dos Emirados Árabes, assinou nesta terça-feira, 30, em São Paulo, a compra de 51% da Condor, empresa sediada no Rio de Janeiro. Presente em mais de 85 países, a Condor é a principal produtora mundial de gás lacrimogêneo e líder em outros produtos não letais militares, de defesa civil e segurança pública. A Condor é também a empresa com maior portfólio mundial de NTL, sigla em inglês para tecnologias não letais, com mais de 160 produtos como munições de borracha, granadas de fumaça, sprays e câmeras corporais com reconhecimento facial.

Com a aquisição, a Edge, que vem ampliando participação no Brasil, pretende se tornar líder global no segmento de segurança e defesa e entrar em novos mercados, especialmente nos Estados Unidos.

"Ao longo dos anos, o Brasil estabeleceu uma indústria de alta tecnologia muito boa. A Condor fez um trabalho muito bom, mas tem a desvantagem de ter outras regiões muito distantes", afirma Hamad Al Marar, diretor geral e CEO do Grupo EDGE, em entrevista ao Estadão.

A empresa abriu, em Brasília, o primeiro escritório para América Latina, chefiado por Marcos Degaut, que foi secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa do governo Bolsonaro. O CFO Global da Edge é também um brasileiro, Rodrigo Torres. Fundada em 2019, a empresa tem avançado na estratégia de internacionalização nos últimos dois anos. Nos últimos 12 meses, o grupo adquiriu 13 empresas fora dos Emirados.

O Brasil é considerado um parceiro estratégico no setor de defesa dos Emirados Árabes, que vê no País o potencial de adquirir empresas com tecnologia e operação avançada. O grupo Edge também avalia nos bastidores que produzir no Brasil é interessante também pela "independência tecnológica" do País, que não estabelece o mesmo nível de controle para produção e exportação como outros países, como a França.

Aguiar, da Condor, afirma que o setor de defesa brasileiro precisa de suporte governamental e privado. "Já é uma discussão antiga a necessidade de rever a folha de pagamento do Brasil com defesa e o baixo investimento em tecnologia e inovação. Portanto, entendemos que essa união com os Emirados Árabes e o Grupo EDGE beneficiará todo o ecossistema de defesa e segurança pública no Brasil", diz.

Estadão
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