Ele começou vendendo geladinho aos 6 anos, transformou loja de festas em conglomerado e hoje fatura R$ 300 milhões
José Hermínio Neto está à frente do Grupo Hiper, detentor da franquia HiperFesta e mais quatro empresas
José Hermínio Neto, empreendedor desde criança, construiu um império empresarial com foco em artigos para festas, franquias e outras empresas de apoio.
O empresário José Hermínio Neto, de 48 anos, se define como um “empreendedor nato”. Com 6 anos, ele já vendia geladinho - ou “laranjinha”, como se fala em sua terra natal. Também ainda criança, teve sua carteira assinada pela primeira vez, prática legalizada na época. Mas, aos 21 anos, deixou o emprego com carteira e decidiu se jogar no empreendedorismo. Hoje, é dono de uma robusta rede que fatura R$ 300 milhões no setor de festas.
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Apesar da pouca idade com que se tornou empreendedor, José Neto deu algumas voltas até chegar aos números expressivos atuais. Seu primeiro negócio foi um mercadinho em um bairro da periferia de Goiânia (GO), que durou 8 anos. Depois desse período, passou o ponto e aceitou o convite de seu antigo patrão para se tornar sócio em uma loja de artigos de festas.
“Quando eu voltei como sócio em 2005, a gente expandiu de uma loja para mais, abrimos mais três lojas, fomos para quatro lojas, e, em 2009, a gente formatou um modelo de franquia e fomos crescendo. Fiquei na sociedade até 2012, onde nós chegamos a 10 unidades”, conta José Hermínio.
Ele deixou o negócio para enfrentar sua própria empreitada, no mesmo ramo, em uma cisão de sócios. Montou então a HiperFesta, que agora é apenas um dos braços do Grupo Hiper (além da HiperFesta, tem a Hiper Log, Hiper Gôndolas, H7 Contábil e Hiper Estrutura Solar), criado para atender a toda a demanda gerada pela primeira empresa.
Atualmente, a HiperFesta funciona em forma de franquia, com 160 lojas em 11 Estados brasileiros. Para se tornar um franqueado, o investimento começa em R$ 40 mil de taxa de franquia, mais cerca de R$ 500 mil para montar uma loja. O faturamento médio gira em torno de R$ 150 mil por mês.
O ecossistema Hiper
“Em 2013, quando eu comecei com o Paulo [sócio], as aberturas de lojas foram muito rápidas. Pra você ter uma ideia, em 2018, nós abrimos 42 lojas, foi quase uma loja por semana”, relembra José Hermínio Neto.
Com o crescimento acelerado, os sócios tiveram a ideia de criar outras empresas para diminuir os custos da HiperFesta. Surgiram então uma transportadora, uma empresa de gôndolas, uma de contabilidade e uma de geração de energia solar.
“Essas outras empresas foram surgindo mais como apoio do ramo principal, que seria o ramo de artigos para a festa”, explica.
Mas as novas empresas não se restringiram a ser apenas um apoio e, hoje, também têm seus próprios portfólios de clientes.
“Hoje, a empresa de gôndola vende para farmácia, para material de construção, para outros ramos, para outras lojas de festa também. A contabilidade faz contabilidade para as nossas lojas e para outras empresas. Hoje, o nosso número de clientes na H7 Contábil fora do Grupo Hiper é muito maior do que o próprio grupo. A gente montou a transportadora com a necessidade de transportar as nossas mercadorias de São Paulo para Goiás e Tocantins principalmente, mas acabou que, hoje, nós temos muitos outros clientes que transportam com a gente produtos variados”, conta.
De geração em geração
José Hermínio Neto começou a trabalhar por necessidade. Com seis irmãs e um irmão, todos trabalhavam desde pequenos para poder manter a casa. Com o império que construiu, o empresário quis logo ensinar o valor do trabalho para o filho, Josué Hermínio, hoje seu braço direito na empresa.
“Alguém precisava colocar para trabalhar, só gastar não dava”, brinca. Josué é o diretor de operações do grupo e, agora, tudo passa primeiro por ele antes de chegar a José.
Com uma geração inteira pela frente, o empresário espera expandir para ter mais lojas no Norte e Nordeste do País, já que o Centro-Oeste já foi todo ocupado pelo grupo. A expansão pode ser um pouco mais lenta, confessa José Neto, tendo em vista que a pandemia de covid-19 ainda reverbera no setor.