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Eletrobras propõe reduzir remuneração de férias de 75% para 33% do salário

Empresa realiza primeiro acordo coletivo desde a privatização; na primeira rodada, no início do mês, uma redução de 12,5% dos salários de quem ganha até R$ 15.572,04

23 abr 2024 - 10h01
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RIO - A Eletrobras apresentou uma proposta para cortar o porcentual de 75% para 33% do salário como remuneração de férias. Esse é o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) desde a privatização da empresa, em 2022. A primeira rodada de negociação aconteceu em 2 de abril.

Como mostrou reportagem do Estadão/Broadcast do início do mês, a empresa planeja reduzir em 12,5% os salários dos empregados que ganham até R$ 15.572,04. Os salários maiores serão discutidos caso a caso.

A empresa não confirma os porcentuais, mas afirma em nota que "busca um acordo coletivo baseado nas determinações da lei e na construção de uma empresa cada vez mais robusta".

A Eletrobras contratou o advogado Antonio Carlos Aguiar para realizar as negociações com os empregados e também pretende retirar o benefício do "13º vale refeição", considerado pelos empregados como um "ticket de Natal".

Fachada da sede da Eletrobrás, no Rio de Janeiro.
Fachada da sede da Eletrobrás, no Rio de Janeiro.
Foto: Wilton Júnior / Estadão / Estadão

Segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), uma pesquisa mostrou que os trabalhadores e trabalhadoras estão dispostos a aderir a atos, paralisações e greves em razão das condições que vêm sendo apresentadas pela empresa.

O novo acordo coletivo tem por objetivo acabar com distorções da época estatal e adequar a relação trabalhista ao novo perfil de companhia privada. Caberá ao negociador tentar buscar o consenso entre as demandas da empresa e sindicatos, sendo a decisão final sempre da Eletrobras.

A terceirização da negociação do ACT desagradou o CNE, que criticou a proposta da empresa após a primeira rodada de negociações com Aguiar. Na reunião, foram discutidos ainda a manutenção de benefícios como auxílio-creche e auxílio educacional, auxílio-funeral, entre outros recebidos pelos empregados na época de estatal.

A Eletrobras tem nove ACTs diferentes para serem negociados. A intenção de contratar um negociador, segundo fontes, decorre da complexidade de elaborar o primeiro ACT após a privatização. O objetivo é padronizar o máximo possível a relação trabalhista entre todas as empresas do grupo, o que não poderá ser feito integralmente, e alinhar as práticas trabalhistas ao setor privado.

Desde 2016, quando foram iniciados os movimentos para a venda da companhia, a Eletrobras perdeu cerca de 10 mil empregados por meio de programas de demissão voluntária ou de aposentadorias. Atualmente, a empresa tem 7.903 mil empregados.

Estadão
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