Elite do funcionalismo: 25 mil servidores ganham acima do teto e custam R$ 3,9 bi ao País
Supersalários somados superam a verba prevista neste ano para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Trabalhadores da elite do funcionalismo nos três níveis – União, estados e municípios – recebem em média por mês R$ 12,68 mil acima do teto. A conclusão é de um estudo do Centro de Liderança Pública (CLP).
Segundo o levantamento, divulgado pelo Estadão, no ano passado, 25,3 mil servidores públicos que ganharam acima do teto do funcionalismo – atualmente em R$ 41,6 mil mensais – custaram R$ 3,9 bilhões aos cofres públicos.
Com uma série de regalias e penduricalhos, os supersalários somados superam, por exemplo, a verba prevista neste ano para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que soma R$ 3,5 bilhões.
O universo de servidores com supersalários corresponde a 0,23% do total de 11 milhões de estatutários, aprovados em concurso público e empossados. O levantamento foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE de 2022.
O valor máximo recebido por um servidor, em 2022, foi de R$ 302,2 mil mensais – cifra quase oito vezes o teto de R$ 39,3 mil vigente à época – e 54 vezes o salário médio de um funcionário público no País, que no ano passado somava R$ 5,6 mil.
O teto é definido pelo salário pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente em R$ 41,6 mil. O projeto que regulamenta o teto do funcionalismo avançou na Câmara em 2021 e está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.