Em ano eleitoral, renda do brasileiro subiu 6,9% puxada por Auxílio Brasil
Dados de 2022 foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
A renda do brasileiro subiu 6,9% em 2022, segundo dados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2022, do IBGE nesta quinta-feira, 11. O aumento foi puxado pelo Auxílio Brasil (atual Bolsa Família), que subiu para R$ 600 em ano de corrida eleitoral.
A renda per capita chegou a R$ 1.586 no ano passado, com crescimento de 6,9% em relação a 2021, que teve a mínima histórica do índice, com renda de R$ 1.484 por habitante.
Esse salto foi puxado pelos programas sociais, que passaram a ter uma presença maior entre as diferentes fontes de recursos das famílias. Ano passado, 16,9% dos lares brasileiros tinham algum beneficiário do Auxílio Brasil.
Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021, chegando a R$ 339,6 bilhões.
Participação de diferentes fontes de renda nos lares brasileiros
• Todos os trabalhos: 75,3% em 2021; 74,5% em 2022;
• Aposentadoria e pensão: 18,2% em 2020; 18,1% em 2022;
• Bolsa Família (ex-Auxílio Brasil): 4% em 2021; 4,6% em 2022;
• Aluguel e arrendamento: 1,7% em 2021; 1,9% em 2022;
• Pensão alimentícia, doação e mesada de não morador: 0,9% em 2021; 0,9% em 2022
Auxílio Brasil
Em 2022, o Bolsa Família, ex-Auxílio Brasil, cresceu tanto em número de famílias beneficiárias, como em valor médio mensal pago, que passou de R$ 200 para cerca de R$ 600 em julho de 2022. O benefício também aumentou o vale-gás e criou um auxílio-caminhoneiro, de R$ 1 mil.
O aumento no Auxílio Brasil e os outros benefícios foi aprovado na PEC dos Auxílios, uma aposta da base do governo Bolsonaro para melhorar o desempenho do ex-presidente nas pesquisas eleitorais — o que não deu certo.
O número de beneficiários do programa de transferência de renda explodiu, sendo o maior registrado desde a criação, em 2003. O número passou de 14,5 milhões em dezembro de 2021 para 21,6 milhões um ano depois.
Grande parte do aumento, porém, deveu-se à explosão de cadastros de famílias com uma só pessoa. No ano passado, o número de famílias unipessoais saltou de 3,3 milhões para 5,8 milhões, em cadastros irregulares. Ao assumir a gestão, Lula promoveu um pente-fino que bloqueou 1,2 milhão de pessoas no Bolsa Família.