Em áudios, esposa de Willian Bigode cobra dono da Xland: 'Cadê o dinheiro?'
Loisy é sócia do marido em empresa que indicou a Scarpa e Mayke investimento em esquema de criptomoedas da Xland, acusada de estelionato
Loisy Marla, esposa de Willian Bigode, mandou áudios cobrando Gabriel Nascimento, proprietário da Xland Holding Ltda, empresa que está sendo acusada de estelionato pelos jogadores Gustavo Scarpa e Mayke. Os dois atletas investiram milhões em um esquema de criptomoedas indicado pela empresa de Bigode e abriram um processo para tentar recuperar o dinheiro.
Segundo áudios divulgados pela GloboNews, Loisy, que também é sócia do marido na empresa WLJC de gestão financeira, cobrou da Xland o pagamento dos valores devidos.
"Oi, Gabriel. Tudo bem? Deixa eu te explicar, [aqui é a] Loisy. Cara, eu só quero falar bem a verdade e a real com clareza, sabe? Sou mulher, você é homem, mas eu não sou trouxa. Eu acho que você está achando que tem algum circo ou algum palhaço aqui. Cara, vamos ser realistas. Nós estamos fod***s tudo junto (sic). Até onde você vai sustentar essa mentira, cara? Deixa eu te explicar, o negócio está feio para o seu lado", disse Loisy.
Em seguida, ela cobrou um posicionamento do proprietário da Xland e afirmou ao empresário que ele não iria "enganar mais ninguém"
"Não pense você, com esta voz de manso, que vai enganar algum trouxa aqui mais. Você não vai enganar ninguém mais. Deixa eu explicar, nós estamos com risco de perder o dinheiro. Você está, sim, golpeando todo mundo, até o seu sócio. Até quando isso, Gabriel? Até quando, cara? E para de mentir. Você não vai pagar. Cadê o dinheiro? Você vai enrolar a gente até quando?", questionou ela.
Em outros trechos de áudios revelados pelo Globo Esporte, a esposa de Bigode cita a Gabriel os desafios que ela e a família estão enfrentando com tudo que aconteceu. "Seja realista, porque aí todo mundo vai com o que está acontecendo agora, com a tristeza que a gente está, e vamos tomar o caminho certo. Você precisa ser realista, Gabriel. Chega com essa palhaçada, não está encaixando mais. Deixa eu te explicar, tem gente atrás de você, fica esperto", acrescentou.
"Você não está sozinho, tem Polícia Federal atrás de você. Já cassaram seu passaporte, sabem onde você está. Cara, você não está sozinho, tem muita gente inteligente por trás, também. Não pense que você é o rei, porque você não é, tá? Temos família, temos filhos e temos de ser realistas, cara", completou Loisy.
Entenda o caso
Scarpa alega ter sofrido um golpe de R$ 6,3 mi da Xland, pois entrou em um investimento de criptomoedas que tinha retorno previsto em de 3,5% a 5% ao mês. Segundo ele, a empresa foi indicada por Willian Bigode.
Scarpa chegou a conseguir o bloqueio de R$ 1,8 milhão das contas de Bigode, mas o atacante do Flu conseguiu reverter a decisão judicial na última sexta-feira, 10, alegando que não há provas.
Nesta segunda-feira, 13, Willian Bigode foi às redes sociais e se pronunciou sobre a polêmica. "Estou relutando para gravar esse vídeo, mas estou aqui para pontuar e deixar claro algumas coisas. A WLJC é uma empresa de gestão financeira, não é empresa de investimentos, não é corretora. Não sou dono e nem sócio da Xland, muito menos golpista. Até porque não peguei dinheiro de ninguém", começou ele.
"Eu sou vítima, porque até hoje não recebi meu recurso. E o mais doloroso, constrangedor e triste é ver e ouvir mentiras e calúnias, mas minha equipe de advogados já está tomando todas as medidas cabíveis", completou o atacante do Fluminense.
Além de Scarpa, o lateral Mayke também teria sido lesado em mais de R$ 4 milhões. Segundo eles, o negócio foi apresentado por Willian, que montou uma consultora financeira, a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.
As duas empresas envolvidas no suposto golpe aos jogadores Scarpa e Mayke não têm autorização nos sistemas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Associação de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e do Banco Central para investir em criptomoedas.
Empresa acusada se diz vítima
Gabriel de Souza Nascimento, um dos donos da Xland Holding Ltda, afirmou pela primeira vez em entrevista ao Fantástico também ser vítima do sumiço do dinheiro e deu sua versão da história.
Na conversa com a reportagem, Gabriel coloca a Xland como uma das vítimas do caso e explica que a perda do dinheiro investido pelos jogadores do Palmeiras, que totaliza R$ 10,8 milhões, se deu pelo fato de todas as operações da companhia serem realizadas através da FTX, empresa que faliu em novembro de 2022.
Por causa da falência, ainda de acordo com Gabriel, a Xland está se preparando para se reunir com as empresas que buscam ressarcimento por conta da perda que tiveram. De acordo com ele, o valor de perda supera os R$ 80 milhões.
Questionado pela reportagem se haveria algum documento ou outro tipo de prova que confirmasse as operações da Xland na FTX, Gabriel de Souza Nascimento deixou claro que "sim", mas não apresentou nada em nenhum momento por enquanto.