Em carta ao governo federal, grandes empresas pedem metas ambientais mais ambiciosas
Documento é assinado por 33 empresas e bancos, incluindo Bradesco, Itaú, Shell, Microsoft e Suzano; grupo afirma que agenda de retomada verde pode trazer investimentos ao País
Em carta enviada ao governo, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) pede metas mais ambiciosas relacionadas ao clima e um esforço maior para a construção de uma agenda de retomada sustentável para a economia brasileira. Ao todo, 33 empresas e bancos assinaram o documento, incluindo Bradesco, Braskem, Itaú, Shell, Microsoft e Suzano (veja lista completa abaixo).
Conforme a carta, o País precisa buscar a neutralidade climática - ou seja, emissão líquida zerada de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera - até 2050. Em dezembro, em um documento de diretrizes sobre assuntos do clima, a NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas), o Ministério do Meio Ambiente traçou planos para atingir este objetivo até 2060.
A NDC brasileira foi feita na esteira do Acordo de Paris, que estabeleceu metas sobre o clima para o mundo. A primeira versão foi entregue em 2015 e a atualização saiu no fim do ano passado. Um dos principais objetivos do acordo é limitar o aumento na temperatura global até o fim do século a 2 graus Celsius, no máximo.
Os líderes da iniciativa privada, portanto, cobram que é necessário acelerar as exigências do setor produtivo, para chegar à neutralidade uma década mais cedo.
Pressão por metas objetivos mais ambiciosos
De acordo com a presidente do CEBDS, Marina Grossi, a carta começou a ser elaborada justamente em dezembro, depois de o governo definir uma meta considerada muito branda pelas empresas.
O documento foi encaminhado aos ministérios da Economia, do Meio Ambiente, das Relações Exteriores e da Agricultura. "Mostramos ao governo e à sociedade civil que o setor empresarial apoia uma ambição climática no País." Marina diz que a entidade espera se reunir até o fim da semana com o ministro Paulo Guedes (Economia) para debater o tema.
Segundo as empresas, metas ambientais mais ambiciosas poderiam trazer ao País não só investimentos, mas também vantagens competitivas. Um dos pontos de destaque do documento é em relação à chamada "retomada verde": "Seguir em direção à retomada verde é a única maneira adequada de sermos competitivos."
Para a presidente do CEBDS, o País também precisa ter metas mais claras para reduzir o desmatamento ilegal. "Só tem vantagens em reduzir: traz segurança jurídica, ajuda a ser um local mais confiável que, consequentemente, atrai mais recursos", diz.
Confira a lista completa de empresas e instituições que assinam a carta:
- Bayer
- Braskem
- Bradesco
- BRF
- CBA
- DSM
- Ecolab
- Eneva
- Equinor
- iCare
- Ipiranga
- Itaú
- JBS
- Lojas Renner S.A
- Lwart
- Marfrig
- Michelin
- Microsoft
- Natura
- Schneider Eletric
- Shell
- Siemens Energy
- Suzano
- Ticket Log
- Tozzini Freire
- Vedacit
- Votorantim Cimentos
- Way Carbon
- Abag
- Amcham
- Cebri
- Coalizão Brasil
- ICC