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Em evento com Campos Neto, Haddad diz que discutir política monetária não significa afrontar o BC

Ministro também afirmou que o governo Lula está fazendo "gestos importantes" para criar uma nova institucionalidade no Brasil

19 mai 2023 - 15h08
(atualizado às 15h54)
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Fernando Haddad
Fernando Haddad
Foto: Adriano Machado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 19, em evento com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que discutir a política monetária brasileira não significa afrontar a autoridade monetária.

Durante abertura do High Level Seminar, promovido pelo BC em São Paulo, Haddad também afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está fazendo "gestos importantes" para criar uma nova institucionalidade no Brasil.

"Não podemos nestes primeiros meses do ano reclamar de desarmonia entre os Poderes, pelo contrário", pontuou.

Ele lembrou ainda que esta é a primeira vez que um governo assume com uma lei de autonomia para o BC em vigor, que garante a permanência de seus dirigentes. "É a primeira transição. Estamos construindo esta relação", afirmou.

O presidente do BC, que vem sendo criticado por membros do governo Lula em função do atual nível da taxa básica Selic, de 13,75% ao ano, ouviu os comentários de Haddad a partir da plateia do evento. Campos Neto participará de um painel mais tarde e também do encerramento do seminário.

Em sua fala, Haddad também afirmou que o Brasil tem a "obrigação" de perseguir uma taxa de crescimento superior à média mundial, em função de seus recursos naturais e de seu potencial de crescimento.

Segundo ele, o Brasil tem "todas as condições" de, em poucos meses, criar as bases para um ciclo de desenvolvimento.

Haddad afirmou ainda que o Brasil encontra-se em condições que permitem vislumbrar um horizonte de crescimento sustentável. "O Brasil tem tudo para, em ambiente bastante adverso, sair na frente no próximo ciclo de expansão", pontuou o ministro, chamando a atenção também para as dificuldades das economias centrais para combater a inflação.

"As economias centrais enfrentam taxas de inflação há muito tempo não registradas, com grandes dificuldades", disse.

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