Em Londres, empresários se dizem otimistas com Joaquim Levy
Ministro da Fazenda participou da primeira edição do "Brazil Capital Markets Day" na bolsa de valores londrina, nesta quarta-feira
Dando continuidade à agenda de compromissos oficiais no Reino Unido, Joaquim Levy participou da primeira edição do “Brazil Capital Markets Day” na manhã desta quarta-feira (13), na bolsa de valores de Londres.
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Reforçando que o Brasil está em “ótima forma para começar um novo ciclo”, o ministro da Fazenda gerou um certo clima de otimismo entre investidores ao discursar sobre o futuro da economia nacional durante a abertura do evento.
“Achei que foi muito positivo o discurso do ministro, de muito bom uso e atualizações. Ele anunciou medidas muito boas, removendo barreiras para pessoas procurando fazer investimentos no Brasil, tornando mais fácil para que essas pessoas invistam no País e resolvendo problemas como dificuldades em torno de impostos, que é uma área difícil para muitas empresas estrangeiras. Também acho que o que ele falou sobre investir em infraestrutura é muito importante”, disse o inglês Edward Nicholson, sócio da empresa Mercator Partnership Limited, especializada em Investimentos Estratégicos em Indústrias em Crescimento.
Há 20 anos trabalhando com o mercado brasileiro, Nicholson acredita que a crise econômica atual é algo passageiro.
“Nós já tivemos momentos difíceis antes, então este é apenas um momento difícil novamente, mas irá melhorar. Sempre sou otimista sobre o futuro do Brasil. Às vezes ele leva uma batida, mas eu permaneço positivo”.
Porém, segundo Nicholson, ouvir o discurso de Joaquim Levy o deixou se sentindo em uma situação mais confortável.
“Acho que foi muito convincente. Me ajudou a confirmar minhas próprias visões de que o caminho está certo, que há progresso e a única pergunta é: tempo. Agora acredito que seja muito cedo, mas mais para final do ano, se o progresso for mantido, acho que as pessoas estarão, com certeza, muito mais positivas e otimistas. Ele [Levy] é uma pessoa positiva e pragmática e acho que suas ideias são realmente o que o Brasil precisa. Acho que é o que o mercado quer ouvir”, acrescentou.
Já Robin Stevens, de 60 anos, chefe de mercado de capitais da empresa Crowe Horwath International no Reino Unido, também encarou com otimismo o discurso de Joaquim Levy durante o evento.
“Achei que foi muito encorajador. Ele mostrou que a economia, o governo e a infraestrutura têm sido estabelecidos para investimentos a longo prazo. O mercado brasileiro atual é muito grande, apesar de ter tido seus altos e baixos como muitos outros países dos BRICs. Foi muito positivo o discurso para dar confiança, em primeiro lugar, para investidores no Reino Unido cujas opções [para investir] estão no Brasil, mas também para dar conselhos em Londres sobre empresas brasileiras que talvez queiram vir para o Reino Unido para investir e adquirir negócios”, contou Stevens, que promove auditoria financeira e serviços de imposto para empresas privadas e públicas no Brasil.
Cautela
No entanto, apesar do otimismo em relação ao progresso da economia brasileira, há também investidores que preferem agir com mais cautela sobre futuros investimentos no Brasil.
Este é o caso de Oliver Leyland, de 32 anos, analista de América Latina do fundo de pensão britânico Hermes.
“Estamos cautelosos e uma parte disso vem da moeda, porque a moeda é muito volátil. Acho que uma parte do nosso pensamento é a estabilidade. Investidores de longo prazo como nós, em geral, queremos estabilidade e visibilidade. Não temos tido isso no Brasil. É uma moeda muito volátil. Caiu muito, reverteu e depois voltou. Ou seja, temos essa tendência que acho que machuca bastante as percepções do Brasil. Como o ministro falou, um dos trabalhos dele nos próximos anos é colocar perspectiva no mercado, dar uma visibilidade mais alta. Hoje é um mercado, eu diria, muito cinzento em termos de perspectivas”, disse Oliver, que dá consultoria sobre investimentos de renda variável.
“O discurso dele está mais ou menos em linha com nossas expectativas em termos de focar no ajuste fiscal que deve ser feito. Claramente estamos passando por um período de ajuste no Brasil: crescimento baixo e inflação alta. Teoricamente o País pode voltar a crescer em 2016”, finalizou Leyland.