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Em meio à recessão, desemprego sobe pela 1ª vez desde 2009

Taxa de desemprego subiu de 6,1% em 2012 para 6,5% em 2013, a primeira alta registrada desde 2009, no auge da crise econômica

18 set 2014 - 10h00
(atualizado às 11h32)
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<p>Número de desempregados cresceu, de acordo com o IBGE</p>
Número de desempregados cresceu, de acordo com o IBGE
Foto: Nacho Doce / Reuters

Embora o governo comemore os baixos níveis de desemprego registrado no País, os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a houve aumento do desemprego no ano passado

A taxa de desemprego subiu de 6,1% em 2012 para 6,5% em 2013, a primeira alta registrada desde 2009, no auge da crise econômica. 

De 2012 para 2013 houve um crescimento de 7,2% na taxa de população desocupada no País (pessoas que estão procurando trabalho). A situação é mais preocupante no Norte e no Nordeste, onde esse índice chegou a 17,2% e 11%, respectivamente. É a primeira vez que a taxa sobe desde a crise mundial de 2009 e deve acender o sinal de alerta no Brasil, que está entrando em recessão por conta do baixo crescimento.

Além da queda histórica do setor de agricultura, a indústria perdeu no ano passado 3,5% de postos de trabalho, o que representa 470 mil pessoas sem emprego. Mas por outro lado a construção teve alta de 5,9% na taxa de ocupação, mantendo uma trajetória de crescimento. De acordo com a pesquisa, foram os jovens (de 15 a 29 anos) os que mais tiveram dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. Há que se ressaltar também que em todas as regiões, aumentou o número de trabalhadores do setor privado com carteira assinada, atingindo 76,1% em todo o Brasil.

Ganhos

Apesar de terem aumentado seus ganhos salarias de 2013 em relação ao ano anterior, esse aumento de 5,7% em média, ficou abaixo da inflação oficial de 2012: 5,85%. Se em 2012 a renda média do trabalhador era de R$ 1.590,00, em 2013 subiu para R$ 1.681,00. Mas a região Nordeste é onde essa renda média é menor, com R$ 1.148,00, enquanto no Centro-Oeste é onde se ganha mais com R$ 1.992 de média.

Além disso, a Pnad indica que a concentração de renda aumentou. Se por um lado os 10% da população que ganham menos tiveram um crescimento de 3,5% em sua renda, os 10% que ganham mais tiveram 6,4% de aumento. O índice global que mede a desigualdade na distribuição de renda aponta leve aumento da concentração de renda no País, mas destaca que Nordeste essa concentração voltou a ser mais forte, principalmente no Piauí.

A pesquisa mostra também que as mulheres seguem ganhando, em média, menos que os homens, embora essa desigualdade tenha caído. Se em 2012 uma mulher recebia 72,8% do salário do homem, em 2013 essa média subiu para 73,7%. O Amapá foi onde essa diferença foi menor com 98,2%; já em Santa Catarina essa média foi de apenas 64,1%.

Em termos absolutos no Distrito Federal foi onde mulheres e homens ganharam mais. Homens R$ 3.520 e mulheres R$ 2.649. Em São Paulo é os homens ganham em média maiores salários R$ 2.430 e no Rio de Janeiro é onde as mulheres ganham mais, com R$ 1.688 de salário. Em termos relativos o homem teve 13% de crescimento salarial no Rio Grande do Sul e a mulher 16,9% no Amazonas.

A renda média dos domicílios brasileiros que receberam rendimentos em 2013 cresceu 4% em relação a 2012, com ganho médio de R$ 2.983. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste os rendimentos foram mais alto que nas regiões Norte e Nordeste. Em 2013, quase metade dos domicílios brasileiros tinham rendimentos de até um salário mínimo por habitante. De 2012 para 2013 a renda per capita dos domicílios brasileiros crescer 4,8%

Trabalho infantil

No que se refere a trabalho infantil, o Brasil vem fazendo bem seu papel. Por um lado houve uma queda grande no trabalho infantil em relação a 2012, de 12,3% (438 mil pessoas). Mas ainda se registra um alto número de crianças trabalhando no País: 468 mil na faixa etária entre 5 e 17 anos. A queda mais expressiva foi na faixa etária entre 5 e 9 anos, onde a queda foi de 29,2%. A pesquisa identifica que as o trabalho infantil ainda é muito forte no campo, onde estão 63,8% do total de menores trabalhadores.

Ainda de acordo com a Pnad o Brasil segue envelhecendo. Um total de 13% da população brasileira já está acima dos 60 anos, em sua maioria mulheres, isso tende a crescer, já que a faixa etária até 24 anos diminuiu 0,7% em relação a 2012. Nasceram menos brasileiros em 2013 deixando a base da pirâmide etária brasileira mais curta, aumentando a partir do 30 anos.

E é justamente na camada mais velha da população que estão os maiores índices de analfabetismo. Ainda assim, os analfabetos são cada vez menos, com cerca de 13 milhões de pessoas (uma taxa de 8,3%). Já na faixa etária acima dos 60 anos o índice de analfabetismo é 23,9%. Entre os mais jovens, as crianças parecem ter encontrado o caminho da escola, já que a taxa de escolarização entre crianças dos 6 aos 14 anos atingiu 84,3%, aumentando 3,1 pontos em relação a 2012. O tempo médio do brasileiro na escola subiu, mas com muitas diferenças: enquanto no Sudeste o tempo médio de estudos é de 8,3 anos, no Nordeste esse número é o mais baixo, com apenas 6,6 anos em média na escola.

Mais internet

A pesquisa do IBGE analisa também os bens de consumo dos brasileiros. O que mais chama a atenção é no que se refere à internet e o perfil de seu usuário: mais de 50% da população já tem acesso à internet, sendo que a maioria dos usuários tem entre 10 e 29 anos. Apesar do crescimento do número de usuários, esta foi a menor alta (2,9%) desde 2008.

A pesquisa também mostrou crescimento menor do número de pessoas com telefone celular para uso pessoal, com apenas 5,1% de alta. O fato é que 130,8 milhões de brasileiros tem um celular. E cada vez mais os consumidores tendem a abandonar a telefonia fixa em detrimento apenas de telefonia móvel. Os brasileiros também estão deixando de ter rádio e dvd.

Fonte: Terra
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