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Embraer apresenta maior avião já desenvolvido no Brasil

21 out 2014 - 20h33
(atualizado às 20h42)
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<p>Modelo tem 28 unidades encomendadas pela FAB e 32 cartas de inten&ccedil;&atilde;o de compra de outros pa&iacute;ses</p>
Modelo tem 28 unidades encomendadas pela FAB e 32 cartas de intenção de compra de outros países
Foto: Rodrigo Trindade / Terra

A Embraer apresentou nesta terça-feira, em um evento na fábrica de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, o avião de transporte militar KC-390, o maior já desenvolvido no Brasil. Na cerimônia, autoridades brasileiras – com destaque para o ministro da Defesa, Celso Amorim – e estrangeiras de mais de 30 países, além de funcionários, presenciaram a aparição pública do primeiro protótipo da aeronave, que deve levantar voo até o final deste ano. A entrega das primeiras unidades dele está prevista para o segundo semestre 2016.

O primeiro cliente atendido será a Força Aérea Brasileira (FAB), dona da propriedade intelectual e responsável pela encomenda de 28 unidades do avião que terá produção em série em Gavião Peixoto. A FAB também ficará com os dois protótipos que farão as campanhas de desenvolvimento, testes de solo, voo e a certificação do modelo. 

Terceira maior empresa do mundo no ramo da aviação, a Embraer já tem cartas de intenção de compra de outras 32 aeronaves para Argentina, Chile, Colômbia, Portugal, e República Checa. Segundo o ministro da Defesa argentino, Agustín Rossi, existe o compromisso do seu país perante o Brasil da compra de seis desses 32 aviões, que servirão para complementar a performance do cargueiro C-130 Hercules no país vizinho.

Argentinos, checos e portugueses são parceiros da empresa brasileira na fabricação do KC-390, pois peças de partes distintas do avião serão produzidas fora do território brasileiro, embora a montagem da aeronave seja realizada no Brasil.

Orgulho

Exibido perante dezenas de militares brasileiros, além de centenas de funcionários da Embraer, o KC-390 foi tratado como motivo de orgulho para os presentes, que saíram dos seus assentos para tirar fotos ao lado do protótipo. Em clima de festa, todos sorriam ao lado da aeronave, que foi introduzida ao público presente de forma espalhafatosa.

Antes da exibição do avião, porém, houve um cerimonial para apresentar todos "excelentíssimos e ilustríssimos" convidados presentes na plateia. Autoridades de Argentina, Portugal, República Checa, Cazaquistão, Chile, Equador, Espanha, Honduras, Polônia, Angola, Colômbia, Suécia, Suriname, Uruguai e Catar estavam sentados na arquibancada montada em frente ao galpão onde o protótipo estava estacionado.

Depois da série de homenagens, a Banda Sinfônica da FAB realizou uma performance musical que acompanhou a entrada das bandeiras de dezenas de países na pista, para na sequência executar o Hino Nacional, cantado a plenos pulmões pelo público na arquibancada.

O suspense continuou no momento seguinte, pois Jackson Schneider, presidente da Embraer Defesa & Segurança, e Celso Amorim, receberam a palavra antes da apresentação empolgante do KC-390, com direito a uma trilha sonora épica e um breve show de fumaça na saída da aeronave de dentro do galpão.

<p>Apresentação foi espalhafatosa</p>
Apresentação foi espalhafatosa
Foto: Rodrigo Trindade / Terra

Quando o cerimonial foi encerrado, Amorim destacou a importância do feito para a indústria brasileira e declarou que o avião fará parte de uma troca de frotas da FAB, que utiliza o C-130 Hercules atualmente para algumas das atividades que serão realizadas futuramente pelo KC-390.

"Eu acho que é um grande passo que nós estamos dando. Que a Embraer está dando, mas também o Brasil em termos de cooperação internacional", declarou. "Todo aposentado tem que ser aos pouquinhos. Ele (C-130) tem sido aposentado no mundo todo, aqui mesmo no Brasil, devido ao custo de manutenção. Além de tudo, o KC-390 vai custar mais barato para operar", completou o ministro da Defesa.

Versatilidade

Visando abocanhar uma faixa do mercado com pouca concorrência, o KC-390 aposta em uma série de fatores para superar seu "adversário" mais próximo, o C-130. Mais rápido, com maior capacidade de carga, o avião brasileiro apresenta um projeto robusto que permite o uso em situações de combate.

Seu grande trunfo é a flexibilidade tanto nas configurações do seu espaço interior como na capacidade de agir em contextos diferentes, desde aterrissagens na neve até pousos no deserto, em asfalto regular ou irregular.

Mais econômico, ele tem uma manutenção mais barata e promete ter o melhor custo-benefício da área.

"Nossa expectativa é muito positiva. Achamos que esse avião vai gerar muitas exportações, tem um potencial de vendas muito grande. A gente evita dizer qual é o concorrente. Ele (KC-390) trabalha em uma faixa onde hoje existe um avião que nós não achamos que vá ser um concorrente, porque trazemos uma aeronave com uma concepção diferente do que tem hoje para o mercado. Há mais ou menos nessa faixa o Hercules, que é um avião que respeitamos, mas acreditamos que o nosso produto tem um outro conceito", explicou Jackson Schneider.

Empregos e produção

A Embraer aproveitou a oportunidade para revelar que cerca de 1500 empregados da empresa tiveram envolvimento direto para o desenvolvimento do novo avião, enquanto outros 7500 foram criados indiretamente. A companhia completou que, quando a produção da série estiver estabilizada, outros 1100 empregos diretos e 5500 indiretos serão gerados.

A produção do KC-390 envolverá 50 empresas brasileiras e a empresa espera vender 700 unidades nos próximos 15 anos. Deste total, apenas as 28 unidades da FAB estão encomendadas até o momento. A Embraer espera entregar este montante até 2023. 

Fonte: Terra
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