Embraer aproveita demanda por jato executivo compartilhado
Mercado é forte nos Estados Unidos, mas há oportunidades de crescimento no Brasil, afirma presidente da Embraer Aviação Executiva
O mercado de aviões executivos de propriedade compartilhada brasileiro deverá ter forte crescimento neste ano, apesar da desaceleração econômica, e beneficiará a Embraer.
A fabricante brasileira de aviões entregou nesta quarta-feira um jato Phenom 300 que terá seu uso dividido entre três clientes da Prime Fraction Club, empresa de propriedade compartilhada que comercializa, administra e coordena a utilização de bens como aviões executivos.
Segundo Marcus Motta, presidente da Prime Fraction Club, o objetivo da empresa é registrar um crescimento de pelo menos 60%, e a desaceleração econômica pode ajudar.
"Está ajudando. A prova disso é que no ano passado nós tivemos um crescimento de 61%. Estamos próximos de até setembro ou outubro alcançar nosso objetivo para o ano, de crescer no mínimo 60%", disse ele a jornalistas, após cerimônia de entrega do avião.
Com a entrega desta quarta-feira, a Prime passa a ter quatro aeronaves da Embraer e espera ter mais duas em 2015, além de avaliar a aquisição de um Legacy 450 para entrega em 2016. A empresa pretende investir US$ 100 milhões para dobrar seu tamanho até 2016, sendo que cerca de metade desse valor seria destinada a aeronaves.
Segundo Marco Túlio Pellegrini, presidente da Embraer Aviação Executiva, o mercado de propriedade compartilhada é mais forte nos Estados Unidos, mas há oportunidades de crescimento no Brasil.
"Temos certeza que o modelo compartilhado tem tudo para dar certo", disse.
"No mercado internacional, principalmente nos EUA, temos dois grandes clientes e ao redor de 70 aeronaves em operação em propriedade compartilhada. É uma iniciativa que tem muita possibilidade de expansão".
A Embraer respondeu por 65% das entregas para esse mercado no ano passado, segundo dados da empresa.
Questionado sobre as expectativas para o ano, Pellegrini reafirmou a meta de entregar entre 105 e 120 jatos executivos neste ano, ressaltando que até o momento está tudo dentro do esperado.
Sobre os mercados de aviação executiva, o executivo afirmou que o Brasil permanece estável, mas há expectativas de melhora com a entrada do Legacy 500. Já no mercado internacional, Pellegrini ressaltou que os indicadores econômicos estão bons, mas que ainda é preciso uma melhora na confiança do investidor para um maior crescimento da venda de aviões.