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Embraer projeta aviões de olho em 'carbono zero'

Fabricante quer neutralizar pegada de carbono até 2050; para isso, aposta em modelos elétricos e a biocombustível

8 nov 2021 - 20h02
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A Embraer apresentou nesta segunda-feira, 8, uma "família" de aeronaves-conceito para garantir que a companhia tenha produtos ambientalmente amigáveis - híbridos, 100% elétricos e a hidrogênio - até 2040. O projeto faz parte da meta de zero emissão de carbono da fabricante de aeronaves, mas seu ganho de escala deve enfrentar desafios na cadeia de fornecimento.

As quatro aeronaves apresentadas são de tamanhos variados, com diferentes tecnologias de propulsão e integram a "Energia Family". Segundo a empresa, cada uma está sendo projetada tendo no horizonte a viabilidade comercial.

A primeira tem propulsão híbrida - a biocombustível e elétrica -, com até 90% de redução das emissões de CO2. Tem capacidade para 9 assentos, e seu lançamento está previsto para 2030.

O segundo modelo-conceito tem propulsão 100% elétrica, também com capacidade para 9 assentos, e está previsto para 2035. Também para este prazo está previsto o terceiro modelo, com propulsão elétrica de hidrogênio e 19 assentos.

Já a quarta aeronave terá propulsão de hidrogênio ou combustível sustentável de aviação, opção já utilizada hoje. A redução das emissões prevista é de até 100% e a capacidade é de 35 a 50 assentos, mas com viabilidade em 2040.

"Estamos construindo um conceito totalmente novo para os próximos 50 anos", afirmou nesta segunda, o presidente da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer.

Barreiras

Especialista em mobilidade e diretor da Bright Consulting, Murilo Briganti diz que os desafios da Embraer começam no novo desenho das aeronaves, tanto de motores quanto de estrutura, para adaptação aos novos sistemas de propulsão. No caso dos aviões 100% elétricos, há desafios de peso e fornecimento das baterias.

Já para aviões a hidrogênio, ele aponta questões como riscos de armazenamento do combustível. Além disso, segundo ele, hoje a maior parte das fontes de hidrogênio não vem de fontes limpas, mas de combustíveis fósseis.

"Atualmente, menos de 5% do hidrogênio vem de fontes limpas. Se estamos falando de células de combustível como maneira de mitigar em

Perspectivas

Executivos da Embraer afirmam que a companhia já vem trabalhando para viabilizar modelos mais sustentáveis. Em agosto, a Embraer fez voos com seu demonstrador elétrico, um monomotor modelo Ipanema 100% movido a eletricidade.

Além disso, um demonstrador de célula de combustível a hidrogênio está planejado para 2025. A fabricante também está desenvolvendo os "carros voadores" - ou veículos de decolagem e pouso vertical totalmente elétricos (eVTOLs) -, que devem estrear em operação a partir de 2026.

Meijer garante que, embora os modelos apresentados ontem sejam apenas conceitos, o projeto é factível. "Estamos trabalhando bem próximos de fornecedores, além de especialistas e universidades. Temos um plano bem realista."

Estadão
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