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Empreendedor funda startup aos 52 anos e dispensa etarismo: "Não é só para molecada"

Luiz Fernando Simões fundou a HXtos, uma startup de logística focada em soluções portuárias para cargas soltas e granel sólido

6 set 2024 - 05h00
(atualizado em 7/9/2024 às 14h52)
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Luiz Simões, fundador e CEO da HXtos
Luiz Simões, fundador e CEO da HXtos
Foto: Divulgação

Depois de trabalhar anos como consultor de tecnologia, Luiz Fernando Simões, 55 anos, encontrou uma maneira de se reinventar profissionalmente. Formado em Ciências da Computação, há três anos o empreendedor resolveu criar uma startup de logística portuária. Mesmo não sendo muito comum startups terem fundadores com mais de 50 anos, o paulista apostou na sua experiência para fundar a HXtos.

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Pioneira no desenvolvimento de um software que controla todo o processo de exportação de celulose e grãos, a Hxtos nasceu em 2021 no Porto de Santos – principal porto brasileiro e um dos maiores do mundo. Em entrevista ao Terra, Luiz Simões contou que ninguém faz nada sozinho, e trabalhar com tecnologia não é só para molecada de 20 e 25 anos. 

"Inovar, criar um startup e trabalhar com tecnologia não é só para molecada de 20 anos, de 25 anos. Eu acho que todo mundo tem a oportunidade de criar coisas e desenvolver produtos. Quem vai desenvolver é um outro problema, mas acho que as pessoas de 50 a mais não só estão muito capacitadas, como têm experiência de vida e de trabalho que faz muita falta nas startups", comenta. 

Entenda o que é uma startup: O termo vem da língua inglesa sem tradução oficial para a língua portuguesa, mas seria algo como uma "empresa emergente". Essas empresas surgiram para substituir processos engessados de uma empresa tradicional. No caso da HXtos, trata-se de uma startup focada em soluções portuárias para cargas soltas e granel sólido. 

"Eu vejo muitas startups que têm garotos que estão indo super bem, alguns deles com 19, 20, 25 anos. Na minha visão, às vezes, falta um pouco de experiência, um pouco mais de vivência, um pouco mais de conhecimento. A idade conta muito na hora de você vender uma ideia ou um produto para uma grande empresa", acrescenta.

Com três anos de existência, a startup HXtos atende os três principais exportadores de celulose do País (Suzano, Bracell e DP World), que, juntos, exportaram 16 milhões de toneladas de celulose em 2023. Atualmente, 40% dessas movimentações passam por soluções da HX, que faz parte do Cubo Itaú, considerado o maior hub de tecnologia e empreendedorismo da América Latina. 

As soluções da HXtos são usadas nos portos de Santos e Itaqui, no Maranhão. 
As soluções da HXtos são usadas nos portos de Santos e Itaqui, no Maranhão.
Foto: Divulgação

"Quando se fala em inovação, pensamos logo em pessoas mais jovens. Eu sou um cara que gosta sempre de estar fazendo coisas novas, buscar novos desafios. Mas penso que independente da idade, o mais importante é entender do mercado que vai entrar para criar um produto. A área de logística portuária, por exemplo, é uma área muito complexa e precisa ter uma certa experiência", avalia Luiz.

Segundo conta ao Terra, ele é o mais velho do seu time. A média de idade, entre seus cerca de 30 desenvolvedores, é de 27 anos. 

"Eu acredito que eu sou o fundador mais velho de uma startup lá do Cubo Itaú. É um ambiente realmente de uma galera muito nova. Hoje, na HX, tirando eu (risos) a gente tem uma idade média de 27 anos", reforça.

Modelo de negócio 

Luiz Simões conta que a HXtos surgiu da necessidade de uma solução TOS (Sistema de Operação de Terminais) dedicada exclusivamente para atender a todas as especificações do processo de exportação de cargas soltas – como celulose e aço –  e graneis sólidos, como soja, milho e açúcar.  

"Existe uma série de empresas que trabalham com produtos que não cabem dentro de um contêiner ou que não é viável colocar dentro de um contêiner. E esses terminais, a gente percebeu que existia uma dor, porque ninguém olhava para eles, ninguém desenvolvia um produto focado neles. Então, a gente focou a empresa num nicho de mercado que ninguém olhava com carinho", destaca. 

O modelo desenvolvido foi projetado para ser operado de maneira remota, utilizando um joystick, semelhante a um controle de videogame, integrando a interface da Siemens. Atualmente, as soluções da HXtos são usadas nos portos de Santos e Itaqui, no Maranhão. 

"O joystick faz parte da solução da Siemens. O conjunto é o equipamento (ponte rolante) e sua operação (joystick e câmeras). Nesse processo, o software criado pela HX envia os comandos e o deslocamento da ponte rolante é automático, ou seja, a função do operador agora é monitorar e utilizar o joystick para realizar a 'pega', travar a carga", explica Luiz. 

O sistema de pontes que levanta e movimenta a carga suporta até 40 toneladas por vez. Todo esse deslocamento do produto dentro do terminal até a sua melhor posição de armazenamento ou retirada é rastreado e automatizado pela inteligência da startup brasileira.

Investimento e faturamento 

Empreendedor desde 45 anos, quando fundou a ModalGR, uma consultoria de tecnologia com atuação em desenvolvimento de software, suporte e sustentação de sistemas e outsourcing, Luiz Simões investiu cerca de R$ 3 milhões para tirar o projeto da startup do papel. Hoje, o investimento já ultrapassa os R$ 5 milhões. 

"No primeiro ano saiu a primeira versão, mas a gente já está na terceira versão do produto, sempre melhorando a qualidade", revela.

Com faturamento anual de R$ 3 milhões, o empresário tem como meta chegar ao final de 2025 com um faturamento de R$ 5 milhões. Para isso, ele tem expandido a atuação em portos fora do Brasil, a exemplo de Portugal e Uruguai.

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"No primeiro semestre deste ano a startup faturou perto de R$ 2 milhões. A nossa meta é chegar na casa dos 5 milhões até final de 2025", acrescenta.

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Fonte: Redação Terra
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