Empreendedorismo transforma o ensino nas salas de aula
O ato de educar proporciona o contato com o campo de conhecimento do empreendedorismo
Definitivamente, é preciso incentivar e conscientizar a população sobre a importância da educação na construção de valores essenciais na vida em Sociedade. Dentro das salas de aula, o ato de educar pode romper barreiras tradicionais e proporcionar o contato com o campo de conhecimento do empreendedorismo.
É o caso de Andreia Barbosa, professora do Colégio Cor Jesu, em Brasília-DF, desde janeiro de 2018. Ela ministra aulas para crianças entre 8 e 9 anos de idade, estudantes do 3º ano do ensino fundamental.
A escola oferece, desde 2017, o curso Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), proposta do Sebrae que faz parte do PNEE e que incentiva os alunos mais novos a buscar o autoconhecimento, aguça a curiosidade e o pensamento crítico, ajudando-os a entender e a planejar as etapas para a concretização de seus sonhos. O programa é formado por nove módulos independentes, com carga horária de 20 a 30 horas cada um.
A professora conta que participa do projeto desde que começou a trabalhar na escola, e que durante este período de cinco anos já participou de formações presenciais e virtuais. O JEPP é desenvolvido, pensado e executado durante todo o ano, permitindo que o corpo docente trabalhe os temas de maneira ampla e multidisciplinar.
“É um projeto rico em desenvolver habilidades com as crianças. E não se limita ao nosso sistema monetário e econômico, pois ensina habilidades para vida como manuseio de materiais distintos, raciocínio lógico, trabalho em grupo, envolvimento da família no projeto, respeito, senso de justiça, entre tantas habilidades que se fazem presente ao trabalharmos com o próximo”, relata Andreia.
Realidade na prática
Luciana Alves é professora da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ganhou em segundo lugar na categoria Ensino Superior o Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora 2022 com o projeto Maratona de Ideias EAUFBA.
“Trata-se de um projeto dentro da disciplina de Administração Mercadológica I (Marketing I) em que os estudantes têm que propor soluções baseados em problemas da sociedade. Em equipes, eles devem identificar uma necessidade, problema ou dor do cliente, pesquisar sobre isso e o público-alvo, caracterizar as opções que já existem no mercado e propor uma solução com algum diferencial”, explica Luciana.
Na Maratona de Ideias EAUFBA, os alunos iniciam assistindo algumas aulas teóricas. Depois, é lançado o desafio e as equipes são formadas. A professora ainda leva os alunos para um espaço do ecossistema de inovação em Salvador (BA), para que eles possam vivenciar uma imersão em um espaço ligado ao empreendedorismo.
Por fim, os estudantes apresentam os pitches dos projetos aos jurados, que são sempre pessoas ligadas ao ecossistema. Depois que o projeto ganhou o Prêmio, todo semestre Luciana conta com a presença de algum representante do Sebrae para julgar os pitches dos alunos, e diz que isso incentiva muito os participantes.
Para a professora, a educação empreendedora é extremamente importante no ensino superior, porque os estudantes desenvolvem habilidades e competências para colocar seus projetos em prática. “Cada um será capaz de identificar problemas e propor soluções, desenvolver a criatividade, saber vender uma ideia, construir um argumento de venda. Mesmo que os estudantes não criem negócios de fato, eles precisam desenvolver as habilidades e a proatividade”, finaliza.
Empreendedorismo como solução
O objetivo do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE), iniciativa do Sebrae que completa 10 anos em 2023, é iniciativas que visam ao desenvolvimento de comportamentos empreendedores alinhados ao eixo 6 da Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Nessa perspectiva, são realizadas iniciativas de sensibilização, capacitação, reconhecimento e relacionamento com professores, gestores e estudantes.
Além disso, o programa busca sensibilizar estudantes, da educação básica, educação técnica e ensino superior, para o empreendedorismo, preparando-os para identificar oportunidades, planejar ações e concretizar seus projetos de vida. Entre essas iniciativas estão os desafios que estimulam o desenvolvimento de competências como percepção de oportunidades; criatividade; Inovação; Colaboração; Autoconsciência e Autoeficácia; Predisposição para Agir.
Existem algumas formas de participação nas iniciativas do Programa:
- • O Sebrae atua junto aos territórios e municípios chegando às escolas por meio das Secretarias de Educação ou lideranças locais de educação.
- • Educadores e Estudantes buscam as ofertas do Sebrae, de forma gratuita, acessando um ponto de contato do Sebrae. Saiba mais aqui.
- • A escola recebe um agente do Sebrae, que analisa a sua necessidade e oferece soluções personalizadas.
O Programa Nacional de Educação Empreendedora foi criado em 2013 com o objetivo de levar práticas para o desenvolvimento de competências empreendedoras aos mais de 46 milhões estudantes e 2,6 milhões de professores da educação formal do Brasil, tornando-os protagonistas na transformação da educação no país. O resultado desse esforço é que o Sebrae chegou a 5.321 municípios, realizou 12,4 milhões de atendimentos a estudantes de todo Brasil e capacitou 758 mil professores.
Fonte: ASN / Agência Sebrae
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.