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Emprego na indústria tem pior resultado desde 2009 para maio

11 jul 2014 - 10h01
(atualizado às 13h26)
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O emprego na indústria brasileira recuou 0,7% em maio frente a abril
Foto: Nacho Doce / Reuters

O emprego na indústria brasileira recuou 0,7% em maio frente a abril, pior resultado mensal em pouco mais de cinco anos e que reforça o cenário de contração do setor e desaceleração da economia como um todo neste ano. O número de maio é o mais fraco desde março de 2009 (-0,8%) e, após a queda de 0,4% em abril, o emprego na indústria acumula perda de 2,2% nos cinco primeiros meses do ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira

Além do recuo do emprego, os trabalhadores da indústria ainda enfrentaram queda de 0,8% no número de horas pagas em maio sobre abril, com as perdas chegando a 2,7% no acumulado do ano. A indústria brasileira vem mostrando desempenho sofrível este ano e sem perspectivas de virar o jogo em breve, impactando as expectativas sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Em maio, a produção industrial recuou 0,6%, terceiro mês seguido no vermelho, com destaque para os investimentos.

Futuro desanimador

Indicadores divulgados recentemente já apontam nova retração em junho, como a queda de 3,38% no volume de vendas de papelão ondulado em junho sobre igual período de 2013. O diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, já projeta retração da produção industrial entre 1,0% e 1,5% em junho e o cenário de encolhimento do setor no ano dificilmente será evitado. O próprio Banco Central vê contração de 0,4% da indústria, enquanto economistas na pesquisa Focus projetam perda de 0,67%.

Soma-se a isso um cenário de fraqueza generalizada da confiança, de inflação elevada e de crédito restrito. E o consumo, que dava sustentação à economia, também fraqueja. "(O emprego industrial) é mais um indicador que confirma que alguns setores da economia estão num processo de retração. Provavelmente o varejo vai começar a dar sinais de fraqueza, o consumo das famílias vem perdendo fôlego e o investimento não vai retornar nessa situação de incerteza", avaliou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

Em abril as vendas no varejo recuaram 0,4%, no segundo mês seguido de perda, e as atenções se voltam agora para a divulgação na quarta-feira dos números de maio. Em 2013, o PIB do Brasil cresceu 2,5%, mas após expansão de apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, as projeções de especialistas apontam para expansão de cerca de 1% em 2014.

Agência Brasil Agência Brasil
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