Empresa de fraldas japonesa muda foco para público adulto
Queda da demanda de fraldas para bebês por conta do envelhecimento da população no Japão faz companhia mudar estratégia de mercado e abandonar produção infantil.A maior fábrica de papel do Japão e uma das empresas produtoras de fraldas mais importantes do país, a Oji Holdings, com sede em Tóquio, anunciou nesta terça-feira (26/03) que vai mudar sua estratégia de mercado e parar de produzir fraldas para bebês para focar nos adultos.
A empresa, que já chegou a confeccionar mais de 700 milhões de fraldas por ano, viu a demanda por esse tipo de produto cair drasticamente. Hoje, a Oji Holdings tem uma produção anual de 400 milhões de fraldas para bebês.
Entre os motivos disso, está o envelhecimento da população japonesa. "A demanda por fraldas para bebês está diminuindo devido a fatores como a queda na taxa de natalidade", disse um porta-voz da Oji Holdings.
Por outro lado, com o envelhecimento da população, a expectativa da empresa é que o mercado de fraldas para adultos cresça nos próximos anos.
"A partir de setembro deste ano, terminaremos a produção de fraldas infantis e reforçaremos o nosso negócio de fraldas descartáveis para adultos, um mercado que deverá crescer", afirmou em comunicado a subsidiária do setor, Oji Nepia.
Um país de idosos
Em 2023, os nascimentos no Japão caíram pelo oitavo ano consecutivo, em uma queda de 5,1% em relação ao ano anterior. Foram 758.631 nascimentos, contra 1.590.503 mortes. Ou seja, o número de óbitos foi mais que o dobro do número de novos bebês.
A população com 65 anos ou mais representa agora 29% do total, o que coloca o Japão como o segundo país com maior envelhecimento demográfico do mundo, atrás apenas de Mônaco.
Essa situação, inclusive, fez com que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmasse no ano passado que o arquipélago está "no limite" em termos de sustentabilidade e prometesse medidas para tentar reverter o quadro, com políticas que incluem, por exemplo,ajuda financeira às famílias, acesso mais fácil a cuidados infantis e mais licença parental.
enk/le (AFP,EFE)