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Empresários dos EUA se opõem a tarifas comerciais

Tradicionalmente aliada do Partido Republicano de Trump, Câmara do Comércio lançou uma campanha contra o aumento de tarifas

3 jul 2018 - 04h03
(atualizado às 04h06)
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A Câmara de Comércio dos Estados Unidos, maior entidade empresarial do país e geralmente uma aliada do Partido Republicano de Donald Trump, lançou uma campanha, nesta segunda-feira, 02, para se opor às políticas de tarifas comerciais do presidente americano.

Com alguns dos mais próximos parceiros comerciais dos EUA impondo medidas de retaliação, a abordagem de Trump às tarifas tem abalado os mercados financeiros e estremecido as relações entre Casa Branca e Câmara do Comércio.

A nova campanha é um esforço agressivo da gigante de lobby dos negócios. Usando uma análise de Estado por Estado, a Câmara argumenta que Trump está arriscando uma guerra comercial global que atingirá as carteiras dos consumidores dos EUA."O governo está ameaçando minar o progresso econômico que tanto trabalhou para conseguir", disse o presidente da Câmara, Tom Donohue, em comunicado à Reuters. "Devemos buscar comércio livre e justo, mas esse não é o caminho certo para isso."

A Câmara, com 3 milhões de membros, historicamente tem trabalhado em estreita colaboração com os presidentes republicanos e elogiou Trump por ter assinado cortes de impostos corporativos em dezembro. Mas as crescentes tensões comerciais criaram uma rachadura com o presidente.

Trump implementou bilhões de dólares em tarifas direcionadas a China, Canadá, México e União Europeia, dizendo que tais medidas são necessárias para compensar os desequilíbrios comerciais, levando as nações a retaliar.

O presidente americano já havia sido persuadido a desistir das ameaças ao comércio com o argumento de que os Estados que o apoiaram na campanha presidencial de 2016 serão duramente atingidos. Por exemplo, a Câmara disse que o Texas pode ter exportações no valor de US$ 3,9 bilhões afetadas por tarifas de retaliação.

A questão comercial fez com que os mercados acionários globais apresentassem fortes perdas nesta segunda, 02. As Bolsas da China e do Japão chegaram a cair mais de 2%, enquanto as da Europa também estavam em baixa. Com Trump aliviando as tensões no meio da tarde, as ações de companhias de tecnologia engataram ritmo de alta e puxaram os índices acionários como um todo. O Dow Jones encerrou o dia em alta de 0,15%; o S&P 500 subiu 0,31%; e o Nasdaq avançou 0,76%.

No Salão Oval da Casa Branca, Trump voltou a tecer comentários sobre as relações comerciais dos EUA. Ele afirmou que não pretende deixar a Organização Mundial do Comércio, embora deseje que a organização multilateral trate Washington de forma melhor. Além disso, Trump voltou a dizer que vai anunciar novos acordos comerciais em breve e que eles serão "justos" e "bons para o povo americano"./AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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