Endividamento atinge 80% das mulheres: cartão de crédito é vilão
Para especialista, isso é explicado pelo aumento no número de mulheres que chefiam seus lares
O endividamento segue sendo um grande problema para o brasileiro, atingindo 79,3% das famílias, em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Recorte da pesquisa por gênero mostra que as dívidas avançaram entre o público feminino, com 80,9% das mulheres endividadas, principalmente no cartão de crédito e no cheque especial. Enquanto isso, 78,2% dos homens estão endividados.
Para a educadora financeira Aline Soaper, o dado é explicado pelo aumento no número de mulheres que chefiam seus lares.
“Além disso, o dado corrobora o cenário de que, muitas vezes, a renda delas não é suficiente para pagar as dívidas”, diz ela.
Crédito rotativo do cartão é o maior vilão
A especialista explica ainda por que o crédito rotativo no cartão é um dos grandes vilões: “De acordo com dados do Banco Central, o rotativo do cartão de crédito registrou R$ 159,3 bilhões em novos empréstimos até junho deste ano. Esse foi o maior nível para o período desde 2014, quando foram concedidos R$ 174,7 bilhões”.
O rotativo é utilizado quando o consumidor gastou mais no cartão de crédito do que o que pode pagar na fatura do mês, então precisa parcelar esse valor.
Ainda segundo o Banco Central, a inadimplência no cartão de crédito atinge mais as famílias que ganham até um salário mínimo, com um percentual de 12,24%, sendo a maior alta registrada desde 2016.
Como se livrar de dívidas no cartão de crédito
Aline Soaper recomenda que o consumidor busque renegociar suas dívidas: “Em uma situação econômica mais estável, o ideal seria cortar as compras supérfluas no cartão de crédito. Mas o que estamos vendo é que as famílias têm precisado recorrer a esse recurso financeiro para comprar comida. Então a opção mais viável é fazer um mapeamento das dívidas. Depois, apesar de não ser um período de feirões de renegociação de dívidas. O consumidor pode renegociar o que deve por meio da plataforma Limpa Nome, do Serasa, ou de maneira presencial em uma das agências dos Correios”, finalizou.