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Entenda a manutenção dos juros e como investir nesse cenário 

Copom manteve a taxa de juros em 13,75%, resultado esperado por parte do mercado

22 set 2022 - 05h45
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Foto: Adobe Stock

Na quarta (21) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou que irá manter a taxa de juros em 13,75%. Os juros são elevados como forma de controlar o consumo e manter a inflação sob controle, o que tem sido feito desde o ano passado.

“O Copom se reuniu pela última vez no dia 3 de agosto, determinando a elevação da taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano. A taxa seguia em processo de elevação desde março do ano passado, quando subiu de 2,00% para 2,75% ao ano, na primeira alta após o início da pandemia da Covid-19”, explicou Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. “Desde então, podemos afirmar que o cenário de inflação no Brasil melhorou.” 

Por isso, o aumento da taxa de juros não seria mais necessário para controlar a inflação. Desta forma, o resultado de hoje já era esperado por grande parte do mercado. Rachel de Sá explica alguns motivos:

"Vimos a inflação corrente perder força, com nosso principal indicador de inflação, o IPCA, caindo para 8,73% no acumulado em doze meses até agosto. As expectativas sobre a inflação nos próximos anos estão cedendo, além de uma moeda levemente mais valorizada.” 

A economista considera ainda outros fatores, como o aumento das taxas de juros de outros países e os aumentos feitos até agora, para que o Copom encerre o ciclo de altas.

A expectativa também era da manutenção da taxa em 13,75% para Jennie Li, estrategista de Ações da XP, que ressaltou pressões externas: “Vale mencionar que o presidente russo, Vladimir Putin, declarou mobilização de reservistas e sugeriu o uso de armas nucleares no conflito com a Ucrânia. Ou seja, o conflito continua avançando. O preço do petróleo chegou a subir 3% durante a manhã, caiu um pouco mas continua em alta. O dólar também subiu como relação e o Euro voltou a cair. Temos o dólar nesse movimento de fortalecimento no ano, tanto por conta da guerra que traz esse sentimento de aversão ao risco dos investidores, mas também com esse movimento de alta de juros pelo Fed”, finalizou.

As análises fazem sentido perante comunicação oficial do Copom, que explica a decisão: “O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz um trecho do comunicado. 

Como ficam os investimentos com o resultado do Copom? 

Rachel de Sá, da Rico, avalia que a taxa de juros está alta e deve seguir alta bom tempo. Para a especialista, com o cenário de juros altos, a renda fixa segue atrativa: “Títulos indexados à inflação ajudarão a proteger seu patrimônio da incerteza ainda presente sobre a alta de preços, enquanto títulos pós fixados acompanham a taxa Selic – permitindo uma boa rentabilidade da sua reserva de emergência e do seu ‘caixa’”, explicou a especialista.

Para André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, os melhores investimentos nesse cenário, tanto para o investidor mais moderado como para o mais agressivo, são as aplicações com taxas pré-fixadas, que entregam os melhores prêmios para um cenário como esse, no qual a curva de juros futuros está em queda. 

Ainda segundo Alírio: “Outra aplicação que seria muito interessante são os ativos baseados no IPCA com prazos de resgate acima de dois anos. Isso vale até mesmo para os investidores mais conservadores, com perfil previdenciário”, afirmou.

A diferença entre a proteção oferecida pelo pós-fixado em relação a outros ativos é relativamente pequena devido ao grau de volatilidade existente no mercado, afirmou Alírio: “Saindo dessas reuniões do Copom, podemos avaliar os investimentos pré-fixados e baseados em IPCA como apostas interessantes. Mas o pós-fixado pode ainda compor a base das carteiras dos clientes até que se tenha uma definição mais clara do comportamento de inflação, de questões geopolíticas e questões internas como eleições e política fiscal de um novo governo”, avaliou.

FED também decidiu sobre juros nos Estados Unidos

O Federal Reserve também divulgou a taxa de juros hoje. Confirmando as expectativas da do mercado, o FED aumentou o juro norte-americano em 0,75 ponto percentual, para a faixa de 3% a 3,25%. A entidade ainda divulgou novas projeções de que a taxa continuará subindo para 4,40% até o fim de 2022, antes de atingir 4,60% em 2023. Após o resultado e ainda na expectativa do Copom, o Ibovespa fechou em baixa de 0,52%.

Sobre o resultado do FOMC (Copom dos Estados Unidos), Francisco Nobre, economista da XP, avalia: “Vale ressaltar que 0,75 p.p. é um aumento muito relevante considerando a conduta histórica da política monetária nos EUA. Entre 1990 e 2021, o Fed alterou a taxa de juros em 92 ocasiões, mas em apenas quatro movimentos foram de 0,75 p.p., e três deles ocorreram durante ciclos de cortes nas taxas de juros. Um movimento de 1,0pp ou mais ocorreu apenas uma vez, também durante um ciclo de flexibilização. Portanto, achamos que esse ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de apertos excessivos”, disse. O economista explica também que há uma defasagem nos efeitos das decisões de política monetária na economia (de entre 6 e 12 meses), o que significa que o impacto das altas de juros já feitas ainda não foram refletidas completamente na economia agregada, principalmente no mercado imobiliário. 

Fonte: Redação Terra
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