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Entenda porque o Catar é um dos países mais ricos do mundo

Ter a terceira maior reserva de gás natural do mundo é só o começo

26 nov 2022 - 06h00
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Foto: Adobe Stock

A realização da Copa o Catar despertou a curiosidade do mundo para a riqueza do país, afinal, ele tem o tamanho do estado de Sergipe, mas o produto interno bruto per capita do país é de mais de US$ 85 mil, o 6º maior do mundo. Em termos de comparação, o do Brasil é US$ 7,5 mil.

Com os cofres cheios, o Catar se deu ao luxo de gastar inacreditáveis US$ 200 bilhões para realizar a Copa do Mundo 2022. Mas, afinal, de onde vem tanto dinheiro de um país tão pequeno, com apenas 2,5 milhões de pessoas? A resposta é simples: petróleo.

O Catar tem simplesmente 13% de todas as reservas de gás natural do planeta, tornando-o a terceira maior reserva petrolífera do mundo. Ainda assim, a produção de petróleo em si não é tão grande: apenas 600 mil barris por dia.

No entanto, a quantidade de petróleo encontrada chega a 25 milhões de barris, o que permite que o país mantenha essa produção atual por pelo menos mais 56 anos.

É hora de diversificar os investimentos

Há meio século, quando conquistou sua independência do Reino Unido, o Catar era um dos países mais pobres do Golfo Árabe, tendo sua economia centrada na extração de pérolas.

A descoberta de petróleo no campo de Dukhan, nos anos 1940, fez a história econômica do Catar mudar de rumo. Apesar de hoje muito rico, o país tem quase 90% de sua população formada por estrangeiros ― especialmente do sul da Ásia e da África ―, por isso, ele já começou um intenso esforço para diversificar suas fontes de renda. E a Copa do Mundo é o cartão de visitas para isso.

A Qatar Airways e a Al Jazeera, respectivamente uma grande companhia aérea e uma grande rede de jornalismo internacional, são dois nomes que já despontam como novos expoentes econômicos do país.

Além disso, indústria, construção e serviços financeiros também têm crescido de maneira intensa no país. No entanto, a dependência do setor de gás ainda é grande e o Catar já busca formas de diversificar sua economia.

O maior esforço atualmente é para diversificar a área de serviços (restaurante, comércio) e de turismo ― o que explica a importância da Copa do Mundo no país. A ideia é seguir mais ou menos a linha de Dubai e de Bahrein, que possuem uma estrutura turística forte.

No comércio, os investimentos já estão bem adiantados e somente na capital Doha já existem mais de 30 shopping centers. Em termos de comparação, a cidade de São Paulo tem 54 shoppings para uma população 10 vezes maior.

Bancos islâmicos não cobram juros no Catar

Os moradores do Catar possuem algumas vantagens, como não pagar Imposto de Renda, sistema de saúde e educação superior gratuitos, e subsídio para a conta de energia elétrica.

Já o sistema bancário está fortemente ligado às tradições islâmicas do país. As relações financeiras no Catar não devem ter como fim o lucro pelo lucro, mas sim o acordo e o bem-estar entre os envolvidos. 

Na prática, os bancos islâmicos do país não cobram juros. O que existe é um acordo de compartilhamento de lucros entre quem concede o crédito e quem contrata. Já os bancos internacionais instalados no Catar cobram juros, mas não aumentam as taxas no mesmo ritmo da inflação. A taxa de juros básica do país, por exemplo, não passou de 5% nos últimos 10 anos. Hoje, está em 4,5% ao ano. 

Redação Dinheiro em Dia
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