Espera de estímulo europeu faz Bovespa fechar a 2,81%
O Ibovespa encerrou o dia com valorização de 2,81%, a 49.224 pontos
O principal índice de ações brasileiro fechou em alta de quase 3% nesta quarta-feira (21), diante da expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) anuncie um programa de compra de bônus em sua reunião na quinta-feira, reforçando a liquidez do sistema financeiro mundial.
O Ibovespa encerrou o dia com valorização de 2,81%, a 49.224 pontos, acompanhando a quinta alta consecutiva de ganhos das bolsas europeias. O giro financeiro da Bovespa totalizou R$ 6,4 bilhões.
A Comissão Executiva do BCE propôs um programa de quantitative easing (QE) para levar o BCE a comprar cerca de 50 bilhões de euros (aproximadamente R$ 151 bilhões) em bônus soberanos por mês a partir de março, afirmou uma fonte da zona do euro.
"A notícia influencia o mercado aqui por vários fatores, entre eles porque com mais dinheiro circulando (na Europa), fundos estrangeiros podem comprar ações aqui e a economia de lá pode crescer mais, aumentando exportações do Brasil, por exemplo", disse Ariovaldo Santos, gerente de renda variável da H. Commcor.
Para o analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, o possível anúncio do programa traria liquidez maior que a esperada para o sistema financeiro como um todo. Algo positivo para mercados emergentes, mas ainda apresenta incertezas sobre os detalhes do pacote.
Sobe e desce das ações
As ações de Itaú Unibanco e Bradesco, que sozinhas têm cerca de 20% da participação no Ibovespa, deram as maiores trações ao índice, ao lado da ação preferencial da Petrobras, com alta de 5,36%.
Além da notícia sobre o BCE, a ação da estatal continuou influenciada pelo anúncio de que repassará aos preços a elevação de tributos sobre combustíveis anunciada pelo governo federal, o que foi interpretado como um sinal de menor intervenção estatal na companhia.
A Oi teve a alta mais expressiva do pregão, de 10,35%, na véspera da crucial assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom sobre a venda dos ativos portugueses da Oi à francesa da Altice, com o mercado apostando em uma aprovação do negócio.
A reunião dos acionistas já foi adiada uma vez, depois que opositores à venda disseram que a operação infringia os acordos da fusão do ano passado entre a Oi e Portugal Telecom.
"Todos os acionistas (da PT) estão querendo resolver essa situação", disse o analista Celson Plácido, estrategista da XP Investimentos. "(Bloquear a venda) complicaria a situação para todo mundo, inclusive para os próprios acionistas da PT SGPS."
A Natura também apareceu entre as principais altas, avançando 6,5%, depois de associação do setor de cosméticos afirmar que as fabricantes querem discutir com o governo federal as implicações do aumento da carga tributária do setor anunciada na segunda-feira.
Por sua vez, a ação da Even teve alta de 4,46% na esteira dos dados operacionais divulgados pela construtora e incorporadora na noite da véspera. Os lançamentos da empresa atingiram R$ 1,014 bilhão no último trimestre do ano passado, enquanto as vendas contratadas somaram R$ 508 milhões.
Analistas do Citi afirmaram em relatório que os lançamentos superaram suas previsões e as vendas ficaram em linha com o esperado. "Atribuímos a superação da previsão a dois projetos lançados na região Sul do Brasil, somando R$ 94 milhões, que não eram esperados para 2014", escreveram.