Estiagem no sul da Europa eleva preços do azeite a recordes históricos
União Europeia é responsável por dois terços da produção mundial do produto; Brasil é um dos principais destinos
A seca prolongada que afetou o sul da Europa causou prejuízo na colheita de azeitonas, e fez subir o preço do azeite. Segundo dados do Financial Times, o quilograma da azeitona já passa dos 7 euros, o equivalente a R$ 36,73. Em setembro de 2022, o valor já havia ultrapassado 4 euros, cerca de R$ 20,99 por quilo.
Na Espanha, que é o maior produtor mundial do azeite de oliva, a safra de 2022-2023 ficou em 620 mil toneladas, abaixo da 1,5 milhão de toneladas da safra anterior. Além do país espanhol, Itália e Portugal são responsáveis por cerca de dois terços da produção de azeito em todo o mundo.
Nos países do sul da Europa, a produção saiu de 256 mil toneladas em maio para 205 mil toneladas em junho, segundo a Mintec Analytics, consultoria que fornece dados de preços de commodities e previsões de mercado. Os principais destinos desse azeite são Estados Unidos, Brasil e Japão.
No Brasil, a inflação dos últimos 12 meses correspondente ao azeite de oliva fechou em 0,0679% em junho de 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos mercados, azeites de oliva de 500 ml custam de R$ 27,99 a R$ 166,75. O primeiro, mais barato, teve uma variação de 1% no preço em relação ao mês passado. As informações foram coletadas pelo site Zoom, que compara preços de produtos a venda no Brasil.
De acordo com a Mintec Analytics, a demanda por azeite pode diminuir os estoques em 80 mil tonelada a cada quatro semanas. Se isso se mantiver, é esperada escassez do produto nos três meses anteriores à safra deste ano – que geralmente ocorre em fevereiro.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, um terço da Espanha sofre com a "seca prolongada", e os níveis de água nos reservatórios caíram drasticamente, atingindo a maior margem em 10 meses. Além da seca, os agricultores enfrentam custos mais altos devido às taxas de juros e à inflação nos preços dos fertilizantes, resultante da crise energética.