Estímulo menor nos EUA deve evitar saída de dólares do Brasil
Banco central americano reduzirá seu programa de compra de títulos mensais em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões
A decisão do Federal Reserve (FED), banco central americano, de reduzir agora seu programa de estímulos vai reduzir a volatilidade nos mercados financeiros, inclusive no Brasil, ao mesmo tempo em que deve evitar saída de dólares do país, afirmou à Reuters um importante integrante da equipe econômica.
"A indefinição acaba trazendo volatilidade e, agora, ela deve ser reduzida", afirmou a fonte, reconhecendo, por outro lado, que ainda haverá um período de transição, mas que se desenha mais calmo. Nesta tarde, o FED anunciou que reduzirá seu programa de compra de títulos mensais em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões, e deixou claro que deve manter as taxas de juros próximas de zero por mais tempo.
Com as taxas em níveis mínimos, afirmou a fonte que pediu para não ser identificada, os investidores estrangeiros tendem a não sair do mercado brasileiro, outro fator que ajuda a segurar a volatilidade. "(Juros baixos nos Estados Unidos) ajudam a reduzir pressão por saída de dólares e, consequentemente, uma desvalorização do real", acrescentou a fonte.
A fonte argumentou ainda que a redução dos estímulos é uma boa notícia para a atividade mundial, pois significa que a maior economia do mundo está mostrando uma recuperação mais consistente. Dentro da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, a avaliação é de que a decisão do FED foi "dovish", ou seja, que continua bastante expansionista. Apesar de boa parte dos especialistas estarem esperando a redução apenas em março, uma outra parte já se posicionava para uma decisão agora, como acabou ocorrendo.
Uma fonte do Ministério da Fazenda também concorda que os mercados financeiros devem mostrar menos volatilidade agora, sem que haja movimentos bruscos como os que ocorreram em maio, agosto e setembro. A indicação, conforme considerou essa fonte, é que ocorra alguns momentos de volatilidade em 2014 associadas ao programa de retirada dos estímulos da economia americana, mas a tendência é que seja menor que a observada em 2013, porque os mercados já precificaram boa parte da mudança na política monetária dos Estados Unidos.