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Estudante de Direito da UFBA defende TCC no metaverso

Thamires Figueiredo, apaixonada por tecnologia, usou plataforma de realidade virtual para apresentar seu trabalho de conclusão de curso

28 out 2022 - 11h57
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ESPECIAL PARA O 'ESTADÃO' - Uma estudante de Direito com o coração na tecnologia. Era com essa paixão dupla que convivia a baiana Thamires Figueiredo até o último semestre da graduação na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em meados deste ano. A jovem dividia a rotina entre trabalhar durante o dia com o universo tecnológico e escrever, na madrugada, um trabalho de conclusão de curso (TCC). Mas logo imaginou unir os dois mundos e apostar em novas propostas digitais que a levariam a reproduzir o ambiente acadêmico em uma realidade virtual social: o metaverso.

Assim, elaborou um trabalho sobre a análise jurídica da propriedade intelectual de NFTs (sigla em inglês para tokens não fungíveis - ferramentas que certificam a autenticidade de produtos no espaço digital). E, para aproximar as teorias do papel da realidade virtual, decidiu fazer a defesa do TCC dentro do metaverso. A ideia surgiu em um curso complementar quando ouviu um profissional falar que realizava reuniões via Spatial, plataforma de acesso ao metaverso. "Vi que o site era acessível e me pareceu muito divertida", conta.

Para realizar a proeza, a primeira etapa foi a de passar ao seu orientador noções de como se transformar em avatar (uma versão de si mesmo no mundo virtual) e transportar para o ambiente digital os protocolos característicos de uma defesa convencional. Ela, então, teve a ideia de chamar 20 amigos para entrar no Spatial e, a partir dos relatos de experiência deles, elaborou uma lista de orientações também entregue aos professores da banca avaliadora. "Fiz todos os treinos na plataforma para garantir que estava bem posicionada e que as pessoas conseguiam me ver como apresentadora. Eu tinha um plano B, um link do Zoom caso desse problema, mas sabia que tinha de fazer aquilo do meu jeito", ressalta.

Na defesa, em julho, Thamires, o orientador, os avaliadores e a plateia se transformaram em avatar em uma transposição para o metaverso. A jovem venceu o nervosismo, concluiu a apresentação e recebeu a nota máxima. "A crença de que eu estava em um lugar seguro, inclusive para o erro, foi o que me deu força, além de ter uma banca que foi aberta (à inovação)."

Democratização

Thamires não quis guardar a experiência apenas como um feito acadêmico. Com o objetivo de democratizar os conhecimentos sobre Web3 (a chamada internet do futuro), passou a gerenciar dois projetos de expansão do acesso à ferramenta. O primeiro é o Athena in Metaverse, que presta serviços gratuitos de consultoria e arquitetura 3D para fundações que querem estar no metaverso e acadêmicos que desejam apresentar trabalhos no espaço. Já a Metaeve, com fins lucrativos, atua na inserção de empresas e negócios no metaverso.

Thamires Figueiredo; jovem baiana apresentou TCC no metaverso.
Thamires Figueiredo; jovem baiana apresentou TCC no metaverso.
Foto: Adilton Venegeroles/Estadão / Estadão

Aos 23 anos, a jovem tem aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para exercer a advocacia, mas revela que deve seguir a carreira focada nas novas tecnologias e buscar especialização fora do País. "Sou muito grata a tudo o que o Direito me deu, mas a tecnologia é o que faz meu coração pulsar", diz.

Estadão
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