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Estudante de Medicina da USP suspeita de desvio recebeu R$ 3 mil em parcelas do Auxílio Emergencial

De acordo com dados do Portal da Transparência, aluna recebeu cinco parcelas do benefício de R$ 600 entre junho e novembro de 2020

17 jan 2023 - 16h43
(atualizado às 16h44)
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Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, é acusada pelos colegas de ter desviado quantia aproximada de R$ 920 mil
Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, é acusada pelos colegas de ter desviado quantia aproximada de R$ 920 mil
Foto: Reprodução/Lattes

A aluna da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), acusada de desviar quase R$ 1 milhão de verba da comissão de formatura, foi beneficiária do Auxílio Emergencial no final de 2020, segundo divulgado pela CNN.

Dados do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU) levantados pelo canal de notícias apontam que Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, recebeu cinco parcelas do benefício de R$ 600 entre junho e novembro daquele ano, totalizando R$ 3 mil pagos a ela pelo governo federal.

No dia 10 de janeiro, um aluno do curso de Medicina da USP registrou um B.O. contra a estudante. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, ele informou aos policiais que a mulher se apropriou da quantia aproximada de R$ 920 mil, que seria usada para a formatura dos futuros médicos no final deste ano. 

A SSP informou que, ainda de acordo com a vítima, ele e os demais alunos descobriram a farsa somente no dia 6 de janeiro, quando a própria aluna suspeita teria contado para os colegas em um grupo no WhatsApp que o fundo para a formatura havia sido perdido. O caso foi registrado no 14.º DP, em Pinheiros, e na sequência encaminhado ao 16º DP, na Vila Clementino, que passou a investigar.

Em comunicado a professores a que o Estadão teve acesso, a diretoria da faculdade diz que foi informada que "a Comissão de Formatura e, portanto, os alunos aderentes à formatura da Turma 106ª, foram vítimas de fraude após investimento do recurso arrecadado para organização das festividades de celebração, que ocorrerá ao final de 2023. Os fatos estão sendo apurados, buscando-se identificar os responsáveis pela fraude e a Diretoria está apoiando na orientação aos alunos envolvidos".

De acordo com membros da comissão de formatura que conversaram com o jornal, o dinheiro para a formatura vinha sendo arrecadado pela empresa Ás Formaturas há quatro anos e, no fim de 2021, a estudante, que era presidente da comissão, solicitou a transferência dos valores para uma conta pessoal sem o aval de outros alunos. Essa movimentação só foi decoberta no início deste ano.

Aos colegas, a estudante disse que decidiu investir o dinheiro na corretora Sentinel Bank e, depois, teria sofrido um golpe. Ela afirma que a corretora sumiu com cerca de R$ 800 mil e o restante do valor ela gastou com advogados para reaver o valor. Sobre comprovantes, a aluna afirmou que foram levados em um assalto.

Ao Estadão, a empresa Ás Formaturas disse que “todas as transferências foram realizadas rigorosamente conforme estabelecido nas cláusulas contratuais” e disse estar “à disposição das autoridades para o fornecimento de contratos, documentos, e-mails e demais informações". 

A reportagem não conseguiu contato com a estudante e com representantes do Sentinel Bank.

Jogos na loteria

A aluna fez apostas na loteria após transferir o dinheiro dos estudantes para uma conta pessoal no fim de 2021. Ela chegou a ganhar cinco vezes na Lotofácil em 2022, faturando, no total, R$ 326 mil, segundo o jornal Estadão. 

Ela fazia jogos de alto valor em uma lotérica da zona sul de São Paulo. Na última vez que ela tentou fazer uma aposta, porém, ela teria dado um golpe de R$ 192 mil no comércio.

Um boletim de ocorrência, de julho do ano passado, foi aberto contra ela na Delegacia Especializada em Investigações Criminas (Deic) de São Bernardo do Campo. De acordo com a SSP, uma representante do estabelecimento compareceu ao Deic e relatou que a mulher vinha realizando apostas diariamente, sempre pagas por meio de transferência via PIX.

No dia 12 de julho, no entanto, "ela teria deixado um prejuízo de R$ 192.908,47, após ter feito o agendamento do valor via PIX, sem pagar efetivamente pelas apostas que realizou". Ela é investigada por lavagem de dinheiro e estelionato.

Foi tentando descobrir a origem do dinheiro usado nas apostas da jovem que a delegada Katia Regina Cristofaro Martins, do Deic, descobriu que ela tinha ganhado na loteria. Mas, na ocasião, os investigadores ainda não sabiam da informação de que ela teria supostamente desviado dinheiro dos alunos de Medicina da USP. "Fiquei sabendo desse fato novo na última sexta-feira. Agora temos uma pista da origem do dinheiro e pretendo colher depoimento dos alunos da comissão de formatura e da empresa envolvida", afirmou a delegada ao Estadão.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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