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EUA querem "aprender a alavancar" classe média como o Brasil

Grupo liderado pelo governador do estado americano de Maryland, candidato à sucessão de Obama, vem a SP e Rio para negócios na área de biotecnologia

3 dez 2013 - 14h18
(atualizado às 14h55)
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Uma delegação composta por políticos e empresários de Maryland, na região de Washington DC, nos Estados Unidos, se reuniu nesta terça-feira com empresários paulistas para discutir a ampliação dos negócios entre o estado americano e o Brasil. O encontro aconteceu na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista. Líder do grupo, o governador de Maryland, Martin O'Malley, hoje em seu segundo mandato elogiou o fortalecimento da classe média brasileira nos últimos 10 anos.

“Temos muito a aprender a respeito com o Brasil, por isso viemos: para entender como os brasileiros alavancaram a classe média. Para nós, pensar em segurança econômica depende da classe média”, constatou.

A comitiva composta por 90 pessoas é a primeira a chegar ao Brasil após 50 anos desde a última visita do tipo ao País. Ao lado da secretária de Estado americana Hillary Clinton, Martin O'Malley aparece nas pesquisas como um dos possíveis candidatos à sucessão de Barack Obama na presidência dos EUA.

As possibilidades de negócio discutidas entre os dois países compreendem investimentos em Maryland e em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro nas áreas de tecnologia ambiental, tecnologia da informação e segurança alimentar, além de educação. A tecnologia relacionada à produção brasileira de etanol, por exemplo, despertou a atenção dos americanos, assim como a de celulose.

“A produção de etanol no Brasil e o conceito de sustentabilidade que ela traz consigo pode ser muito importante para o mundo todo. Quanto a nós, também investimos em energias renováveis e em biotecnologia, sobretudo em relação ao uso da água – acreditamos no fortalecimento da cooperação”, disse o governador, citando, por exemplo, o uso de tecnologia de Maryland capaz de ser utilizada para despoluição da Baía de Guanabara, na capital fluminense.

Por outro lado, o democrata evitou entrar na polemica sobre a espionagem do governo Obama sobre órgãos do governo brasileiro diretamente ligados à indústria nacional, como a Petrobras. “Temos muito a ganhar se continuarmos com esse relacionamento forte”, desconversou.

Para o diretor-geral da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, a alta carga tributária brasileira é mais um fator que incentiva industriais daqui a buscarem os EUA, onde, estimou, a tributação chega a ser até 50% menor.

“As condições que o governo americano oferece são muito convidativas; o próprio sistema tributário deles é mais simples, com menos impostos. Mas é bem mais punitivo que o brasileiro a quem transgredi-lo”, constatou Fonseca.

A comitiva de Maryland fica no Brasil até o próximo sábado. Além de São Paulo, ela passa também pelo Rio.

Relações com o Brasil

O Brasil é hoje o 11º maior mercado de exportações para Maryland. Nos últimos dez anos, o volume de negócios entre ambos somou US$ 1,2 bilhão – dos quais US$ 308 milhões foram negociados apenas em 2012.

Maior cidade do estado americano, Baltimore envia aos brasileiros, via porto, aparelhos eletrônicos, gomas, resinas e peças de aço e metal usadas na indústria automobilística.

Já o Brasil, sétimo maior importador para Maryland, vende ao estado papel e celulose, além de reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos.

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Fonte: Terra
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