EUA revisa PIB para baixo e cresce 2,4% em 2014
Economia norte-americana desacelerou no quarto trimestre, a uma taxa de 2,2%, ante alta de 5% registrada no período anterior
O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou no quarto trimestre mais bruscamente do que se pensava anteriormente, em meio a um ritmo lento de acúmulo de estoques por empresas e a um déficit comercial maior, mas os fundamento continuaram sólidos.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu no período a um ritmo anual de 2,2%, revisado para baixo ante o ritmo de 2,6% estimado no mês passado, informou o Departamento do Comércio nesta sexta-feira. A economia cresceu a uma taxa de 5% no terceiro trimestre. A revisão de quarto trimestre ficou de modo geral em linha com as expectativas.
No geral do ano de 2014, a economia se expandiu 2,4%, ligeriamente mais forte do que em 2013, quando o crescimento foi de 2,2%.
Com os gastos de consumidores acelerando ao ritmo mais rápido desde o primeiro trimestre de 2006 e fortes ganhos em outros indicadores da demanda doméstica, a desaceleração no crescimento provavelmente se mostrará temporária.
O crescimento dos gastos de consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, foi revisado para baixo em 0,1 ponto percentual, para 4,2% no quarto trimestre, ainda o ritmo mais rápido desde o primeiro trimestre de 2006.
Um mercado de trabalho cada vez mais apertado e preços de gasolina mais baixos provavelmente irão continuar sustentando a demanda doméstica e vão ajudar a atividade a enfrentar a turbulenta economia global.
Os gastos de empresas com equipamentos foi revisado para mostrar um crescimento de 0,9% em vez da contração relatada anteriormente de 1,9%.
Uma aceleração no primeiro trimestre está agora em jogo, com dados divulgados na quinta-feira mostrando uma retomada nas intenções de gastos de empresas em janeiro após quatro meses consecutivos de quedas.
Com os gastos tanto de consumidores quanto de empresas crescendo no quarto trimestre, o aumento nas vendas finais para compradores domésticos foi revisado para um ritmo de 3,2% ante a taxa anterior de 2,8%.
As companhias acumularam US$ 88,4 bilhões em estoques no quarto trimestre, muito menos que os US$ 113,1 bilhões que o governo havia estimado no mês passado.
Isso resultou em uma revisão da contribuição dos estoques ao crescimento do PIB para baixo para 0,1 ponto percentual, ante 0,8 ponto percentual antes.
O ritmo mais lento de acúmulo de estoques, no entanto, será um impulso ao crescimento do PIB do primeiro trimestre.
Uma demanda doméstica forte atraiu mais importações que o relatado anteriormente, resultando num déficit comercial que tirou 1,15 ponto percentual do crescimento do PIB, revisado ante o impacto relatado anteriormente de 1,02 ponto percentual.
Os gastos com construção de moradias foram revisados para baixo, enquanto os gastos do governo não foram tão fracos no quarto trimestre quanto havia sido divulgado.
Apesar do forte consumo, as pressões inflacionárias ficaram contidas no quarto trimestre, com o índice de preços ao consumidor caindo 0,4% - a leitura mais fraca desde o começo de 2009. A queda divulgada anteriormente para o índice PCE havia sido de 0,5%.
Excluindo alimentos e energia, os preços subiram a um ritmo não revisado de 1,1%, o mais lento desde o segundo trimestre de 2013.
O ambiente de inflação baixa sugere pouca urgência para que o Federal Reserve, banco central dos EUA, comece a elevar a taxa de juros de perto de zero, onde está estacionada desde dezembro de 2008.