Ex-diretora da Americanas, Anna Saicali, se entrega e embarca para o Brasil
Suspeita de fraude contábil se apresentará à Polícia Federal ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio
Anna Saicali, ex-diretora da Americanas, se entregou já embarcou para o Brasil neste domingo, 30. Ela deixou Lisboa, em Portugal, acompanhada de dois advogados. A expectativa é que a suspeita de fraude contábil desembarque no País amanhã.
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Segundo O Globo, ela se apresentará à Polícia Federal ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, quando entregará o passaporte, mas não ficará presa.
Ela chegou a ter a prisão decretada, mas o juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal, do Rio de Janeiro, substituiu a ordem de detenção preventiva por uma medida cautelar,
Anna Saicali era considerada foragida pelas autoridades brasileiras. Na semana passada, ela passou a fazer parte da lista Difusão Vermelha, da Interpol. Em Lisboa, a Polícia Judiciária (PJ) colaborou com a Polícia Federal.
As investigações do Ministério Público do Rio apontam que ela e o ex-CEO Miguel Gutierrez, preso e solto posteriormente em Madri, foram os principais responsáveis pela fraude de mais de R$ 25 bilhões nos balanços da Americanas.
Operação Disclosure
A Operação Disclosure foi deflagrada na quinta-feira, 27, pela Polícia Federal. De acordo com as autoridades, o objetivo é esclarecer a suposta participação de ex-executivos da Americanas em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões.
Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos pedidos de prisão e 15 mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores destes ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais. Segundo o Ministério Público Federal, as prisões não foram cumpridas devido aos suspeitos estarem fora do País.
O MPF informou que a operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado ao mercado a existência de inúmeras inconsistências contábeis e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Pouco tempo depois, o MPF foi procurado pela atual diretora da empresa, que ajudou nas investigações.
A apuração das autoridades aponta que foram praticadas operações de risco sacado, na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.
Ainda segundo a PF, foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que são incentivos comerciais geralmente utilizados no setor. No entanto, neste caso, eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
“A investigação revelou ainda fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, afirmou a PF em nota.