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Ex-presidente do Banco PanAmericano é multado em R$ 877 mil

Rafael Palladino negociou ações do banco antes da publicação de fato relevante sobre um "rombo" de R$ 2,5 bilhões

19 nov 2013 - 21h20
(atualizado às 21h30)
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu aplicar multa de R$ 877,2 mil ao ex-presidente do banco PanAmericano Rafael Palladino, em processo julgado nesta terça-feira por uso de informação privilegiada.

De acordo com a autarquia, o executivo negociou ações do banco, com o uso de sua empresa Max Control Assessoria e Investimento, em setembro e outubro de 2010, antes da publicação de fato relevante em novembro daquele ano, quando foi anunciado aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) na instituição.

A Max Control vendeu um total de 85 mil ações do banco, evitando um prejuízo de R$ 292,4 mil, segundo a CVM. O acusado poderá apresentar recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

Caso PanAmericano

O PanAmericano anunciou em novembro de 2010 que o Grupo Silvio Santos, seu controlador na época, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central (BC). Um processo administrativo de investigação apura a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos. Ao longo da investigação, foram indiciadas 22 pessoas, inclusive Rafael Palladino.

A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos. Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.

Em 31 de janeiro do ano seguinte, o BTG Pactual anunciou a compra do controle do PanAmericano por R$ 450 milhões. O BTG acertou a aquisição da totalidade da participação do Grupo Silvio Santos no PanAmericano, assumindo 51% das ações ordinárias do banco e quase 22% das preferenciais, representativas de 37,6% do capital total.

Passada a "turbulência", a instituição mudou o nome para Banco Pan, e apresentou lucro líquido de R$ 51,8 milhões no primeiro semestre deste ano, ante o resultado negativo de R$ 259,6 milhões no mesmo período de 2012. No segundo trimestre deste ano, o Pan teve lucro de R$ 12,7 milhões, comparado com o resultado também positivo de R$ 39 milhões no trimestre anterior e ao prejuízo de R$ 262,5 milhões em igual período do ano passado.

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