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Exclusivo: Editor da Deezer fala sobre o Phonk: do Brasil para o mundo (ou seria o contrário?)

24 nov 2023 - 18h10
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Com exclusividade para o The Music Journal Brazil, Eduardo Ribas, editor da Deezer Brasil fala sobre o Brazilian Phonk, um novo gênero que acompanha as novas tendências e um movimento que transcende as barreiras da música como conhecemos.

Ribas observa que o novo gênero pode ter sido originado do hip hop e trap inspirado em Memphis nos EUA.

Foto: Deezer / The Music Journal

Confira:

Mais do que uma tentativa de traduzir um ritmo para maior alcance internacional: o Brazilian Phonk é um novo gênero, que acompanha novas tendências e um movimento que transcende as barreiras da música como conhecemos.

Não se sabe ao certo a origem. Há quem diga que surgiu como um subgênero do Hip Hop e Trap, vindo dos Estados Unidos inspirado no Memphis Rap dos anos 1990. Ou que sua raíz é realmente brasileira, inspirado em toda a sonoridade e nuances do funk nacional, utilizado pelos gringos como uma nova forma para popularizar um novo ritmo. A verdade é que não sabemos ao certo quem está influenciando quem, mas o que se sabe é que o novo som está começando a se espalhar ao redor do mundo.

Com poucos vocais e sonoridade comandada pelo beat, o phonk é alto, barulhento, distorcido e por vezes podemos chamá-lo de bagunçado - e é aí que está sua maior característica. Traz samples de funks já lançados, junto de recortes de outras músicas, garantindo uma mistura totalmente inédita.

E ainda na pegada das influências: não dá pra falar de phonk sem falar das dancinhas nas redes sociais. A tendência de deixar músicas já conhecidas mais lentas ou aceleradas - que, inclusive, impulsionam sua viralização e crescimento nos charts globais -, popularizada pelos vídeos das redes também impactam os sons do novo gênero, que trabalha variações de faixas em slowed e sped up.

As produções, por enquanto, são dominadas por estrangeiros, com o DJ norueguês Slowboy, pioneiro no brazilian phonk, liderando a cena - vale ouvir Brazilian Phonk Mano, sua faixa mais escutada. Mas o ritmo já tem tomado conta de terras brazucas, como Dragon Boys, duo de MC Ramiro e MC Mauro - dá play em VUK VUK, em parceria com KORDHELL.

No Brasil, as faixas do gênero têm ganhado relevância no pitch semanal das gravadoras, além de ter lançamentos recentes, como é o exemplo do disco BH PHONK 2.0, de Davi Kneip, um produtor já bem conhecido no funk e nas redes sociais.

O som, que também pode ser visto como uma vertente do funk estilo bruxaria e cruza com o funk automotivo, foi ganhando forma há alguns anos no underground, e agora conseguiu alçar voos mais altos com o alcance do gênero mundialmente. Vale destacar que as faixas do gênero têm aumentado no pitch feito semanalmente pelas gravadoras, o que evidencia o crescimento da sua relevância no cenário musical. O novo gênero joga o grave para o primeiro plano e deixa de lado a batida perfeita, afinal, a batida que vale é a que causa impacto e deixa sua marca por onde passa.

Ainda que por enquanto seja muito ouvido no leste europeu, o brazilian phonk tem tudo para explodir no país que ensinou o funk pro mundo e os artistas já projetam o seu sucesso em São Paulo, berço do "mandelão". E mesmo que não seja possível identificar sua origem ou garantir a certeza que veio para ficar, é possível cravar que mais uma vez o Brasil influencia diretamente a forma de se fazer música, dentro e fora de casa.

The Music Journal The Music Journal Brazil
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