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Exclusivo-Shell desacelera gastos com energia eólica offshore e divide negócios de energia

4 dez 2024 - 14h33
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A Shell está se afastando de novos investimentos em energia eólica offshore (marítima) e está dividindo sua área de energia após uma ampla revisão do negócio que antes era visto como um dos principais impulsionadores da estratégia de transição energética da empresa.

FILE PHOTO: A view shows a logo of Shell petrol station in South East London, Britain, February 2, 2023. REUTERS/May James/File Photo
FILE PHOTO: A view shows a logo of Shell petrol station in South East London, Britain, February 2, 2023. REUTERS/May James/File Photo
Foto: Reuters

As mudanças fazem parte de uma revisão de toda a empresa lançada em 2023 com o objetivo de reduzir custos, já que o presidente-executivo Wael Sawan se concentra em atividades com os maiores retornos. Em muitos casos, isso significou reduzir os gastos em negócios de baixo carbono e renováveis e aumentar o foco em petróleo, gás e biocombustíveis.

"Embora não lideremos novos desenvolvimentos eólicos offshore, continuamos interessados em aquisições em que os termos comerciais sejam aceitáveis e estamos cautelosamente abertos a posições de capital, se houver um caso de investimento convincente", disse um porta-voz da empresa em um comunicado.

A Shell e outras grandes empresas de energia já promoveram a energia eólica offshore como um mercado-chave no qual podem investir como parte da transição energética mundial, aproveitando sua experiência de décadas na produção de petróleo e gás offshore.

Mas o setor foi afetado nos últimos anos por custos crescentes, problemas na cadeia de suprimentos e aumento nas taxas de juros, levando as empresas a rever investimentos à medida que as margens de lucro diminuíam.

A retirada da Shell reflete os movimentos da rival BP e Equinor, que desaceleraram os investimentos em energias renováveis e negócios de baixo carbono, pois enfrentam a pressão dos investidores para aumentar os retornos e manter grandes pagamentos aos acionistas.

A mudança de direção reflete dois grandes acontecimentos: o choque energético causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e uma queda na lucratividade de muitos projetos de energias renováveis.

A Shell continuará a desenvolver projetos eólicos offshore já em andamento, disse. A empresa nos últimos meses se retirou de vários projetos eólicos offshore, incluindo na Coreia do Sul e nos Estados Unidos.

As mudanças foram anunciadas em uma apresentação interna pelo chefe da Shell Energy, Greg Joiner, nesta quarta-feira, disseram duas fontes da empresa.

SHELL ENERGIA DIVIDIDA

A Shell Energy, que inclui energias renováveis, geração de energia e fornecimento aos clientes, será dividida em duas unidades separadas de geração e comercialização de energia, disse o porta-voz da empresa à Reuters.

"Essas duas partes do nosso negócio trabalharão juntas. Em linha com nossa iniciativa de simplificação, a mudança visa melhorar o foco, a responsabilidade e a entrega", disse a pessoa.

Joiner se tornará chefe da Shell Power, enquanto David Wells liderará a Shell Energy, disse a Shell.

A Shell, uma das maiores comercializadoras de energia do mundo, se concentrará na venda de energia aos clientes e no desenvolvimento de locais de armazenamento de baterias.

"Em mercados selecionados, vemos um valor crescente no uso de baterias e usinas elétricas flexíveis a gás para gerenciar a intermitência e nos ajudar a atender às necessidades dos nossos clientes, à medida que as energias renováveis desempenham papéis cada vez maiores nos mercados de energia", afirmou.

A Shell tem atualmente cerca de 3,4 gigawatts (GW) de capacidade renovável em operação ao redor do mundo. Em 2023, ela vendeu cerca de 279 terawatts-hora (TWh) de eletricidade para clientes, o equivalente a cerca de 88% do consumo de energia no Reino Unido.

Como parte da estratégia de Sawan, a Shell planeja expandir sua divisão de gás natural liquefeito e estabilizar sua produção de petróleo até o final da década.

Nos últimos meses, a Shell reduziu as operações em energia eólica offshore, solar e hidrogênio, vendeu negócios de energia de varejo, refinarias e parte da produção de petróleo e gás, inclusive na Nigéria.

Em março, a empresa reduziu uma meta de redução de carbono para 2030 e descartou uma meta para 2035, citando expectativas de forte demanda por gás e incerteza na transição energética, irritando investidores e ativistas focados no clima.

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