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Executivas contam como é ser mãe no mercado de trabalho

Mesmo com avanço, mulheres ainda são minoria em cargos executivos e de liderança.

8 mai 2022 - 03h00
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Foto: Adobe Stock

Segundo o estudo Estatísticas de Gênero, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos, com crianças de até três anos em casa, estão empregadas.  Já em relação aos cargos de liderança, apenas 47 das 100 maiores empresas da América Latina tem, pelo menos, uma mulher nos conselhos de administração, aponta o relatório Corporate Women Directors International.

No Dia das Mães, executivas e líderes de empresas contam que, apesar dos desafios, preconceito e falta de oportunidade no mercado, ainda há  esperança de conciliar a maternidade com a vida profissional.

Cynthia Hobbs, CFO do GetNinjas

Para a CFO no GetNinjas, app para contratação de serviços, que vivencia os desafios de ser mãe e conciliar a carreira, esse papel múltiplo atribuído às mulheres que são mães, esposas e cuidam dos afazeres domésticos, faz com que o caminho para a igualdade de gênero nas empresas seja muito mais desafiador. 

“O caminho para a mudança é longo e ainda há a necessidade de mais iniciativas para estimular a diversidade nas empresas”, comenta a executiva, que também é co-autora do livro Mulheres nas Finanças - retrata a história de mulheres que contam suas trajetórias, conquistas e desafios.

Carolina Reis, diretora comercial do Meu Financiamento Solar

Mãe de uma menina e no nono mês de gestação, Carolina tem uma rotina bastante agitada. Apesar disso, revela que não se imagina sem trabalhar: "O que me motiva é sentir a adrenalina e resolver problemas." 

A executiva conta que as mães solo são sua maior inspiração para lidar com os desafios de conciliar profissão e maternidade: "Esse perfil de mulher me inspira." A mensagem que ela deixa para organizações é: "dêem a chance para que uma mulher entre na gestão para ver quanto o negócio pode ser tocado de uma forma muito competente."

Maria Isabel Antonini, Co-CEO da Singu

Antes CFO da Singu, Maria Isabel Antonini foi promovida ao cargo de Co-CEO durante a gravidez, planejada em 2020, e apenas dois meses antes de tirar licença-maternidade. Além de uma carreira de sucesso no mercado financeiro, ela teve ainda mais destaque ao conduzir todo o processo de M&A que resultou no investimento da Natura&Co, no ano passado.

Agora, Maria Isabel lidera a startup em um momento muito especial para a marca, já que 67% do escritório é atualmente composto por mulheres, 63% delas em cargos de liderança. Maria Isabel  teve um importante papel no processo de investimento da Natura (em agosto de 2020, ainda como CFO) e está à frente da mais nova aposta da empresa - o programa B2B voltado a benefícios corporativos, totalmente formatado para atender o momento em que vivemos com modelos corporativos híbridos.

Algo curioso: a executiva iniciou no novo cargo grávida de 7 meses - no mês seguinte ela entrou de licença maternidade. Agora, Maria Isabel lidera a startup composta pela maioria de mulheres, conciliando a rotina difícil do trabalho e ser mamãe.

Mariana Rocha, head de Marketing da Mozper

Mãe de uma menina, Mariana recebeu uma proposta de emprego durante a volta da licença maternidade. Ela conta que o início do trabalho, ainda, em home office foi um desafio. 

"Encontrar o equilíbrio é desafiador e, diariamente, me deparo com uma situação nova, mas, ao mesmo tempo, ter um intervalinho e ir amassar a bebê no quarto ao lado recarrega minhas energias e me faz sentir que estou no caminho certo porque quero ser um exemplo para a minha filha de que ela pode ser o que ela quiser", afirma.

Brenda Vargas Eltz, customer manager da V4 Company

Brenda Eltz, customer manager na V4 Company, foi promovida a sócia durante sua licença maternidade. Sua preocupação sobre como seria sua vida profissional e como conseguiria administrar  a maternidade e a carreira começou com a descoberta da gestação.  Para superar o desafio de conciliar ambos papéis ela destaca o foco e propósito. 

“Não é fácil. A maternidade traz muitos cenários inesperados. Trabalhar em uma empresa com um bom ambiente e cultura fazem toda diferença. Ainda assim, é preciso ficar mais forte para fazer acontecer, ter muito claro para qual lugar se quer ir, além de determinação e resiliência para desempenhar os papéis de mãe e profissional”.

Caroline Costa, analista de Branding Sênior da Gama Academy

Caroline foi contratada há menos de dois meses  e conta sobre a relação entre o home office e a responsabilidade da maternidade. "A maternidade em home office tem sabor agridoce, muito mais doce agora por deixarmos o pior da pandemia para trás e por minha filha ter retornado à creche. Eu fico muito feliz que de alguma forma eu consegui acompanhar o crescimento dela de uma forma que não conseguiria em outro período comum. Eu amo a liberdade e a autonomia que o home office me traz, mas ainda hoje é difícil a relação com a minha cobrança interna, parece que você nunca pensa que está conseguindo dar tudo de tudo no trabalho, que não está sendo produtiva o suficiente, se comparado a uma antiga realidade pré-pandemia e sem filhos."

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