Expansão da indústria brasileira desacelera em fevereiro
Um ritmo mais fraco de expansão do volume de novos pedidos provocou desaceleração no crescimento da atividade industrial brasileira em fevereiro, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira. O PMI industrial atingiu 50,4 em fevereiro ante 50,8 em janeiro, divulgou o Markit. Apesar do recuo, o índice manteve-se pelo terceiro mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
"Com leituras tão próximas da marca de 50, o PMI reforça percepções de que a atividade econômica está estagnada", avaliou o economista-chefe do HSBC André Loes. O volume de produção aumentou apenas entre as empresas de bens intermediários, tendo recuado no subsetor de bens de consumo e ficado estagnada junto aos produtores de mercadorias.
O destaque ficou para a desaceleração no ritmo de expansão do volume de novos pedidos em fevereiro em relação ao pico de 11 meses visto no mês anterior, com os entrevistados citando condições econômicas difíceis e pressões competitivas. Os novos pedidos para exportação registraram queda nos subsetores de bens intermediários e de investimento, enquanto os produtores de mercadorias indicaram ausência de mudança, em meio a evidências de pressões competitivas e de poder limitado de fixação de preços.
Inflação
Outro ponto desfavorável em fevereiro foi a inflação dos preços de fábrica, que atingiu o nível mais alto em três meses. Segundo os entrevistados, isso decorreu de preços mais elevados de insumos, que chegaram a um recorde de alta de quatro meses, refletindo a taxa de câmbio desfavorável que encareceu as matérias primas importadas. Foram os produtores de bens intermediários que relataram o aumento mais acentuado nos preços dos insumos.
"O PMI também sugere notícia ruim no fronte da inflação", destacou Loes. Por outro lado, a indústria interrompeu em fevereiro dez meses de cortes de empregos com aumento das vagas, ainda que de maneira apenas fracionária e concentrada no setor de bens de consumo, de acordo com o Markit. Depois de apresentar desempenho errático ao longo de todo o ano de 2013, a indústria encolheu 0,2% no quarto trimestre do ano passado sobre os três meses anteriores, segundo os números do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro divulgados na quinta-feira.