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Expansão da indústria do Brasil perde força em agosto com custos elevados, mostra PMI

1 set 2021 - 10h06
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O crescimento da atividade industrial brasileira perdeu força em agosto, diante dos custos elevados de matérias-primas e da depreciação do real, bem como da menor expansão da produção, indicou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Fábrica da AGE do Brasil em Vinhedo. REUTERS/Amanda Perobelli
Fábrica da AGE do Brasil em Vinhedo. REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

A queda do PMI da indústria a 53,6 em agosto, de 56,7 em julho, quando chegou a uma máxima em cinco meses, mostrou que houve desaceleração do desempenho da indústria no Brasil, apontaram dados divulgados nesta quarta-feira pela IHS Markit.

Leitura acima de 50 indica expansão da atividade.

"Os dados do PMI trouxeram a notícia desejável de que o setor industrial brasileiro permaneceu em modo de expansão durante o mês de agosto", destacou Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da IHS Markit.

A produção industrial chegou ao quarto mês seguido de crescimento associado ao aumento das vendas, mas a taxa de expansão foi a mais fraca desde maio, pressionada pela escassez das principais matérias-primas e pela demanda internacional reprimida.

Por outro lado, agosto registrou aumento recorde numa medida de variação de estoque de bens finais, devido a tentativas de cumprir prazos de entrega, esforços para aumentar estoques de segurança e eliminação de pedidos em atraso.

"As evidências de que as empresas estão dimensionando seus estoques em antecipação a melhores condições de demanda são um bom presságio para as perspectivas", completou De Lima.

O volume de novos negócios continuou em expansão em agosto, mas os pedidos internacionais diminuíram pela primeira vez em sete meses. O crescimento das vendas agregadas teria sido reprimido por níveis adequados de estoque nos clientes, além da relutância na realização de encomendas devido aos aumentos de preços.

Os fabricantes brasileiros apontaram novo aumento acentuado em seus custos, citando escassez de matéria-prima e a depreciação do real em relação ao dólar como os principais motivos. Ainda assim, a taxa de inflação ficou em agosto no menor patamar em 13 meses.

As empresas destacaram aumentos nos preços de produtos químicos, componentes eletrônicos, alimentos, metais, embalagens, papel, plásticos e têxteis.

"A escassez de matéria-prima, um tema-chave da maioria dos relatórios do PMI publicados em todo o mundo, mais uma vez causou um aumento acentuado nos custos de insumos", disse De Lima.

Com isso, os preços dos bens finais voltaram a subir e pelo 49º mês seguido; porém, à taxa mais fraca desde janeiro.

Apesar da questão inflacionária, os aumentos contínuos no volume de novos pedidos e projeções de crescimento otimistas ajudaram em outra rodada de criação de empregos, de acordo com a IHS Markit.

As empresas industriais ainda mostraram uma visão comum de que as perspectivas parecem melhores, com previsões de aumento da demanda, maior investimento, compra de novos equipamentos, expansão da capacidade e maior cobertura vacinal.

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