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Exportação de suco de laranja do Brasil cai 23,5% no 1° semestre da safra 2020/21

19 jan 2021 - 15h30
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As exportações de suco de laranja do Brasil (FCOJ equivalente a 66º Brix) atingiram 497.490 toneladas de julho a dezembro, primeiro semestre da safra 2020/21, queda de 23,5% ante mesmo período da temporada anterior, quando a produção foi maior, disse nesta terça-feira a associação de exportadores do setor CitrusBR.

Trabalhadores carregam caminhão com laranjas produzidas em uma fazenda em Limeira, no interior de São Paulo
REUTERS/Paulo Whitaker
Trabalhadores carregam caminhão com laranjas produzidas em uma fazenda em Limeira, no interior de São Paulo REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

"Na safra passada tivemos uma produção de 1,2 milhão de toneladas de suco, 37,4% acima do período anterior. Isso permitiu recompor os estoques internacionais de suco brasileiro", disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em nota.

O mesmo cenário já havia sido visto em novembro, quando a entidade reportou queda nos embarques dos quatro primeiros meses da safra.

Segundo a associação, em 30 de junho de 2019 os estoques globais de suco de laranja em poder das empresas associadas à CitrusBR eram de 253.181 toneladas. Com o processamento da safra 2019/20, 36% maior que a anterior, e após meses de ritmo forte de embarques, esses estoques foram recompostos a 471.138 toneladas ao final de junho de 2020.

Netto disse que, devido à bienalidade da citricultura-- que alterna anos de maior e menor produção-- esse fenômeno tem sido comum. Em anos de safras maiores as exportações são mais intensas comparadas a ciclos menores, como o atual, principalmente nos meses iniciais de cada temporada.

"Isso não significa que as exportações serão menores nesta temporada, mas indica, por enquanto, uma necessidade menor de se transferir produto para os pontos de venda mundo afora", explicou ele, considerando que parte dos compradores estão com estoques abastecidos.

A safra de laranja 2020/21 da principal região produtora do mundo, situada no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, deve cair 30,36% ante a temporada passada, conforme projeção do Fundecitrus divulgada em dezembro.

A redução na colheita devido a uma severa seca, que representa a maior quebra anual para a cultura desde 1988, deixou a safra estimada em 269,36 milhões de caixas, de acordo com a fundação de pesquisa do setor.

Após a divulgação de tamanha quebra, o Itaú BBA avaliou que o recuo na produção citrícola deveria afetar as exportações de suco de laranja do país.

Em faturamento, as exportações somaram 680 milhões de dólares no semestre, recuo de 35,9% ante a receita de julho a dezembro de 2019, informou a CitrusBR com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Entre os compradores, a Europa continua a ser o principal mercado das exportações brasileiras, com uma participação de 65,94%, seguida de Estados Unidos (26,40%), Japão (2,75%), China (2,41%) e Austrália (0,82%). Outros destinos representam 1,68%.

Para a Europa as exportações totalizaram 317.288 toneladas, uma redução de 31,5% ante o mesmo período da safra 2019/20. Em faturamento, os embarques somaram 464,8 milhões de dólares, baixa de 41,6%.

Na mesma linha, os embarques para os Estados Unidos também recuaram entre os meses de julho e dezembro. Foram 99.297 toneladas de suco de laranja, volume 11,4% menor em base anual, enquanto a receita caiu 19,6%, para 145,8 milhões de dólares.

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