Dólar sobe 1,47%, para R$ 5,588, com falas de Lula sobre BC e taxa Selic
Moeda americana havia aberto o dia em queda de 0,25%, mas inverteu movimento; última vez que dólar fechou acima de R$ 5,58 foi em 10 de janeiro de 2022
As falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais uma vez ajudaram a pressionar o câmbio. O dólar abriu o pregão desta sexta-feira, 28, em queda de 0,25%, mas logo inverteu o movimento e começou a subir. A moeda americana fechou o dia em R$ 5,5883, alta de 1,47%, após bater a máxima de R$ 5,59. A última vez em que o dólar fechou acima desse patamar foi em 10 de janeiro de 2022.
Em entrevista à Rádio FM O Tempo, Lula voltou a atacar Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC) e disse que o executivo não está fazendo o que deveria fazer. "Isso vai melhorar quando eu puder indicar o presidente do Banco Central, e vamos construir uma nova filosofia".
A fala do presidente logo foi interpretada pelo mercado como indício de que Lula vai interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir.
Na ocasião, Lula voltou a criticar a manutenção da taxa de juros em 10,5%, determinada recentemente pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O petista disse que o porcentual "é irreal para uma inflação de 4%" e que "não tem necessidade".
Só neste mês, o dólar subiu 8,26% e, no ano, 14,97%. Parte desse movimento vem do mercado externo e das preocupações em torno dos juros americanos. A outra fonte de pressão vem do mercado interno, sobretudo pelas constantes entrevista nas quais o presidente Lula retomou a artilharia contra Campo Neto, além de reforçar a política de gastos públicos.
O Ibovespa, principal índice da B3, também sentiu o mau humor do mercado e fechou em queda de 0,32%, em 123.906,55 pontos.