'Faraó dos Bitcoins' diz que não pagou clientes porque PF bloqueou contas da empresa
A GAS Consultoria deve mais de R$ 9,3 bilhões a cerca de 127 mil investidores
Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o 'Faraó dos Bitcoins', afirmou, durante depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras, que a operação da Polícia Federal seria a responsável por impedir que sua empresa pagasse o que deve aos clientes. Glaidson foi ouvido por deputados nesta quarta-feira, 12, por videoconferência.
O presidente da GAS Consultoria e Tecnologia foi preso na Operação Kryptos, em 2021, feita pela PF em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Receita Federal, por suspeita de pirâmide financeira. A fraude teria atingido cerca de 127 mil investidores, que tentam recuperar um montante de R$ 9,3 bilhões.
Segundo Glaidson, porém, foi esta operação que impediu a GAS de honrar seus compromissos e afirmou que é possível a empresa pagar a todos os clientes.
"A empresa não deixou de pagar os seus clientes. Ela foi violada pela PF e paralisou suas operações”, disse Glaidson, segundo a Agência Câmara dos Deputados.
“A GAS nunca atrasou um dia em nove anos de operação. Sempre pagamos adiantado os nossos clientes. Desbloqueando os recursos que estão nas plataformas e pegando o que foi sequestrado pela PF, a GAS tem toda condição de retornar as atividades”, continuou. A empresa foi à falência em fevereiro deste ano.
De acordo com a PF, o esquema operado pela GAS movimentou R$ 38 bilhões por meio de pessoas físicas e jurídicas no Brasil e no exterior. A empresa prometia um retorno médio de 10% ao mês, mas, segundo Glaidson, a única garantia dada sobre esse rendimento era "a experiência da empresa".
À CPI, ele afirmou que os clientes não compravam diretamente criptomoedas, mas o serviço de "traders" - quando uma empresa é quem gerencia os investimentos e dá parte dos retornos para os clientes.