Fazenda diz que Delfim Netto fomentou 'debates essenciais sobre a condução da política econômica'
Ex-ministro da Fazenda na ditadura militar ficou conhecido como o 'pai do milagre econômico'; pasta diz que ele foi um 'referencial em diferentes fases da história do País'
BRASÍLIA - O Ministério da Fazenda divulgou nota em que lamenta a morte do economista Delfim Netto, aos 96 anos, na madrugada desta segunda-feira, 12.
O texto lembra que o professor, economista, diplomata e ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento fomentou, ao longo de décadas, "debates essenciais sobre a condução da política econômica brasileira". O economista comandou a economia do País entre 1967 e 1973, durante o chamado "milagre econômico", quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 85% e a renda per capita dos brasileiros, 62%.
A Fazenda diz ainda que Delfim Netto foi um referencial em diferentes fases da história do País. "Neste momento de luto, os servidores do Ministério da Fazenda manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Delfim Netto", diz o texto.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também lamentou a morte do economista. "Durante 30 anos eu fiz críticas ao Delfim Netto. Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos", afirmou o presidente em nota.
Segundo Lula, Delfim "participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período". "Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes", afirmou.
O Ministério do Planejamento também divulgou nota lamentando a morte de Delfim, a quem se referiu como "um dos economistas mais respeitados e ouvidos da história do Brasil", que influenciou a condução da economia no País.
"Delfim influenciou fortemente a condução da economia e o debate macroeconômico do país nas últimas décadas. Seja como ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, seja como deputado e consultor, o professor emérito da USP teve atuação marcada pela defesa da indústria e das exportações brasileiras, pela valorização do trabalho de planejar o país e pela capacidade de dialogar com pessoas de diferentes correntes de pensamento", diz a nota.