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Fazenda: setor de Serviços surpreende no PIB, enquanto queda na Agropecuária é maior do que a esperada

A nota técnica do Ministério da Fazenda prevê, novamente, a revisão para cima da expectativa de crescimento do PIB de 2024

3 dez 2024 - 10h05
(atualizado às 10h46)
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Resumo
A Secretaria de Política Econômica analisa que o PIB do terceiro trimestre de 2024 manteve um ritmo robusto de crescimento, mesmo com desaceleração em relação ao trimestre anterior.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda analisou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) para o terceiro trimestre de 2024 manteve o ritmo "robusto" de crescimento, apesar da desaceleração em comparação com o trimestre anterior. Para a pasta, o resultado do setor de Serviços surpreendeu positivamente, enquanto a Agropecuária e Indústria deixaram a desejar.

"Comparativamente às expectativas da SPE para o resultado na margem [frente ao trimestre anterior], houve queda mais acentuada da atividade agropecuária e menor expansão da indústria, principalmente em função do recuo na produção extrativa e da construção, ao contrário do esperado. Para o setor de serviços, o resultado surpreendeu positivamente, influenciado pelo forte desempenho de outras atividades de serviços. Pela ótica da demanda, a absorção doméstica seguiu contribuindo positivamente para o crescimento, mais que compensando a contribuição negativa vinda do setor externo", diz trecho da nota técnica divulgada nesta terça-feira, 3.

O resultado do PIB foi divulgado também nesta terça, pelo IBGE, e mostrou que a economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre frente ao segundo deste ano. Em comparação ao terceiro trimestre de 2023, o crescimento foi de 4%.

Segundo a SPE, o resultado foi em linha com a projeção feita pela pasta e um pouco acima do esperado pelo mercado, em que a projeção mediana era de crescimento de 0,8%.

Resultado da Agropecuária

Em comparação com o terceiro trimestre de 2023, o recuo do PIB agropecuário foi menos expressivo que o registrado no segundo trimestre. O indicador recuou 0,8%, ante queda de 3,3% no trimestre anterior. 

Para a SPE, a queda menos acentuada da atividade na passagem entre trimestres repercute, principalmente, o peso menos expressivo das culturas de soja e milho no terceiro trimestre. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, a pasta considerou que pesaram negativamente para o resultado as estiagens e queimadas, prejudicando o desenvolvimento de culturas como cana-de-açúcar e laranja. Em contrapartida, o algodão, trigo e café apresentaram variações positivas na comparação interanual.

No acumulado em quatro trimestres, o PIB agropecuário foi o que registrou queda mais expressiva, de -2,9%. Enquanto isso, o PIB geral cresceu 3,1% no período, com tanto a Indústria quanto os Serviços tendo variado positivamente 3,4%.

Perspectivas de crescimento

A secretaria pontua que o crescimento do PIB no terceiro trimestre foi superior à projeção exibida no Boletim Macrofiscal de novembro, realizada com base em indicadores coincidentes já disponíveis até 11 de novembro. Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços.

"Os resultados observados para o PIB no terceiro trimestre mostraram que a economia brasileira seguiu em ritmo robusto de expansão mesmo com menores impulsos fiscais, impulsionada pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos. Pela ótica da demanda, essa expansão se refletiu em forte expansão do consumo das famílias e, principalmente, do investimento", diz a pasta.

Com isso, a SPE acredita que a atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração em comparação ao trimestre imediatamente anterior. O crescimento deverá vir do mercado de trabalho, já que a alta dos juros deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos.

Fonte: Redação Terra
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