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Fed cita volatilidade e dúvidas sobre taxa neutra como motivos para ir devagar com cortes, diz ata

26 nov 2024 - 16h10
(atualizado às 16h22)
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Autoridades do Federal Reserve pareceram divididas em sua reunião neste mês sobre o quanto ainda precisariam reduzir a taxa básica de juros, mas o grupo concordou que esse é o momento de evitar dar orientações muito concretas sobre como a política monetária dos Estados Unidos provavelmente evoluirá nas próximas semanas.

Sede do Federal Reserve em Washington
16/09/2008.  
REUTERS/Jim Young /File Photo
Sede do Federal Reserve em Washington 16/09/2008. REUTERS/Jim Young /File Photo
Foto: Reuters

"Participantes observaram que as decisões de política monetária não estão em um curso predefinido e estão condicionadas à evolução da economia e às implicações para as perspectivas econômicas... Eles enfatizaram que seria importante que o Comitê (Federal de Mercado Aberto) deixasse isso claro ao ajustar sua postura de política monetária", disse a ata da reunião de 6 e 7 de novembro, que foi divulgada nesta terça-feira.

Participantes observaram as complicações de se fazer política monetária neste momento, com "muitos" dizendo que a volatilidade dos dados econômicos recentes torna importante tentar discernir as tendências subjacentes, e muitos também destacaram que a incerteza sobre a taxa neutra de juros torna difícil determinar o quanto os custos de empréstimos atuais estão realmente suprimindo a atividade econômica.

Isso fez com que alguns participantes observassem "que o Comitê pode pausar a flexibilização da taxa de juros e mantê-la em um nível restritivo" se a inflação permanecer muito alta, e alguns disseram que os cortes podem ser acelerados "se o mercado de trabalho se deteriorar ou se a atividade econômica vacilar".

"Muitas" autoridades argumentaram que as dúvidas sobre a verdadeira postura da política de juros "tornaram apropriada a redução gradual da restrição da política monetária".

O Fed reduziu sua taxa básica em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,50% a 4,75%, na reunião de três semanas atrás que ocorreu após a vitória do candidato republicano Donald Trump na eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro.

De acordo com a ata, as autoridades do Fed pareceram evitar, nessa sessão, qualquer discussão sobre as implicações econômicas do retorno de Trump ao cargo.

A reunião também ocorreu depois que dados econômicos mais fortes do que o esperado -- "notáveis", foi como o chair do Fed, Jerome Powell, se referiu a eles -- alimentaram a preocupação de que a política monetária pode não estar restringindo a economia tanto quanto se pensava.

Desde a reunião, autoridades afirmaram que a força econômica contínua significa que a taxa de juros de referência do Fed já pode estar próxima do nível "neutro", no qual ela não estimula nem restringe a atividade, um argumento a favor de menos cortes, aprovados em um ritmo mais lento, para evitar uma flexibilização excessiva e, possivelmente, o reaquecimento da inflação.

Outros argumentam que é provável que a economia desacelere e que o mercado de trabalho continue enfraquecido, o que seria um motivo para continuar a flexibilizar as condições financeiras para incentivar gastos e investimentos.

Embora investidores ainda esperem que o Fed faça outro corte de 0,25 ponto percentual em sua reunião de 17 e 18 de dezembro, as chances caíram de mais de 80% em meados de outubro para pouco mais de 50% recentemente.

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