Jornal: Baiano relata reunião com argentinos sobre Petrobras
O lobista Fernando Antônio Soares Falcão, conhecido como Baiano, contou em depoimento prestado como parte de sua delação premiada na Operação Lava Jato ter mantido reuniões em Buenos Aires com dois ex-homens de governos argentinos para forçar a venda de uma empresa controlada pela Petrobras, a Transener, a uma companhia argentina. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o jornal, Baiano afirmou que ele e o diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, receberam US$ 300 mil cada um em "vantagem indevida".
O negócio estava acertado com um fundo americano, mas Baiano e um outro lobista brasileiro, Jorge Luz, começaram a trabalhar para que a empresa fosse vendida à argentina Electroingeniería. Conforme dados do jornal, Baiano disse que Luz foi contratado por essa empresa e o procurou para ter acesso a Cerveró.
Baiano disse à Procuradoria Geral da República (PGR) ter indagado a Cerveró como poderia barrar a venda da Transener aos americanos.
O ex-diretor da Petrobras teria dito que era uma tarefa "muito difícil", já que o negócio estava acertadomas que poderia ser evitado caso o governo argentino fosse contrário à venda sob alegação de risco à segurança nacional, segundo informações da Folha.
O lobista disse então ter mantido as tais reuniões com Roberto Dromi, que atuou como ministro no governo de Carlos Menem (1989-1999), seu filho Nicolas e com o então ministro do planejamento de Serviços nas gestões de de Nestor e Cristina Kirchner (2003 -2015), Julio De Vido. Ainda de acordo com o jornal, as declarações de Baiano contradizem De Vido, que afirmou em uma de suas redes sociais que "não conhece e nunca viu" Baiano e Luz.