Filas para seguro-desemprego começam de madrugada no Rio
Média mensal de atendimentos na cidade é de 10.465 em um total de 105 unidades
Trabalhadores do Rio de Janeiro que buscam o seguro-desemprego têm enfrentado filas que começam na noite anterior ao dia do atendimento. Hoje na agência do Poupatempo da Central do Brasil, no centro da capital fluminense, cerca e duzentas pessoas já aguardavam na fila às 8h, quando o atendimento começou. Apenas 30 senhas são distribuídas diariamente aos primeiros da fila. Para conseguir obter o benefício só mesmo chegando na noite anterior e dormindo na fila para pegar a senha.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que a capacidade de atendimento varia de acordo com a unidade e o número de servidores e que o sistema de atendimento agendado está passando por melhorias.
Além do longo tempo de espera, as pessoas reclamam que não há garantia de que serão atendidos depois de enfrentar a fila. A desempregada Erminda Souza Duarte, chegou às 4h na fila e contou que, nesse horário, já havia cerca de 110 pessoas aguardando no local.
"O meu prazo (para requerer o seguro-desemprego) vai até o dia 20 deste mês e até agora eu não consegui dar entrada. Vou perder porque ninguém está conseguindo fazer. Eu vim de madrugada. Cheguei aqui às 4h da manhã e a fila já estava com umas 100 pessoas. O primeiro da fila chegou às 22h de ontem. Não tem condições", reclamou.
Desempregada há cerca de um mês, Marta Moreira, 28 anos, também chegou à agência de madrugada, por volta das 5h, mas apenas 3 horas depois ficou sabendo que não seria atendida. “O trabalhador não é valorizado. Eu acordei às 5h da manhã, cheguei aqui com fome e fiquei até agora para chegar na porta e o rapaz falar que só seriam distribuídas 30 senhas. Olha só quantas pessoas tem aqui atrás de mim. Eu não estou falando só por mim não, é por todos que estão aqui. É um descaso com o pobre”, disse.
Quem está na fila também reclama da falta de informações e de triagem. Os trabalhadores que querem dar entrada no seguro-desemprego ficam na mesma fila que pessoas buscam outros serviços. "A fila se mistura. É uma fila única para tudo. Eu cheguei às 4h30, mas o meu problema aqui é caso de defensoria pública e a maioria que está aqui é para seguro-desemprego. Agora eu não sei quantas senhas eles dão para isso", contou Ilma Luiz de Oliveira, 49 anos.
De acordo com o MTE, atualmente, a média mensal de atendimentos no Rio de Janeiro é de 10.465, distribuídos pela superintendência, agências e gerências do ministério do Rio, em um total de 105 unidades. Em nota, o órgão informou que o atendimento nos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e no Poupatempo são de responsabilidade do governo estadual.
O MTE informou que irá adotar um plano de contingência com os gestores desses postos para melhorar a capacidade de atendimento e que o sistema passa por estudo de um grupo de trabalho para identificar melhorias. O cidadão que não conseguiu agendar o atendimento em um determinado posto, poderá localizar no sistema de agendamento outro posto que tenha disponibilidade. Na próxima quarta-feira, o MTE fará uma reunião com representantes do governo do Rio para definir a implantação do agendamento eletrônico nos postos do Sine e do Rio Poupatempo.
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