Filé-mignon, contrafilé e picanha: entenda por que os preços das carnes estão em queda no País
O filé-mignon é o tipo de carne que registra a maior queda de preço do ano até o momento
Comprar carne está mais barato no Brasil. O preço desse alimento manteve tendência de queda em agosto, com variação abaixo da inflação do período, conforme mostrou na última semana o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação geral da economia brasileira (veja as porcentagens por corte logo abaixo).
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o preço da carne bovina registra queda de 9,65%. Em agosto, a queda foi de 1,9%. O filé-mignon é o tipo de carne que registra a maior queda de preço do ano até o momento. O recuo do preço do filé-mignon foi de 16,95% entre janeiro e agosto de 2023.
No acumulado em 12 meses, o filé-mignon também lidera com queda de preço de -15,01%, seguido pelo peito (-12,84%) e a alcatra (-12,83%). A capa de filé também variou para baixo de forma relevante no período (-12,66%).
Carnes que mais tiveram queda e preço nos últimos 12 meses
- Filé-mignon (-15,01%)
- Peito (-12,84%)
- Alcatra (-12,83%)
- Capa de filé (-12,66%)
- Acém (-11,9)
- Fígado (-11,79%)
- Pá (-11,18%)
- Costela (-11,07%)
- Contrafilé (-10,55%)
- Patinho (-9,96%)
*Dados de agosto de 2023 em relação ao mesmo período de 2022
Os cortes que tiveram as menores quedas no período foram o músculo (-9,96%), coxão mole (-9,4%), picanha (-6,04%) e o cupim (-5,51%).
Por que o preço da carne está em queda
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (IBEVAR) e professor da FIA Business School, Claudio Felisoni, a resposta para essa baixa está nos movimentos de oferta e procura.
“A oferta aumentou por conta da melhora das condições dos pastos. De outro lado, temos tido uma redução da demanda em razão dos efeitos da inflação passada sobre a renda real das famílias. Portanto, maior oferta e menor demanda”, explica ao Terra.
- Essa queda tem um impacto importante na dieta dos brasileiros com segurança alimentar. A carne representa algo como 20% dos gastos com alimentação.
João Rogério Filho, economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, aponta também uma influência da demanda internacional para queda nos preços das carnes no mercado interno. “A queda da demanda internacional é a maior causa para a queda de preços no mercado interno”, acrescenta, indicando que o preço pode cair ainda mais nos próximos meses com a valorização do real ante o dólar.
Como a queda no preço da carne ajuda a economia
Em relação à economia com um todo (controle inflacionário), a queda no preço das carnes não tem um grande impacto, segundo avalia a economista Rachel de Sá, chefe de economia da Rico. Mas, olhando para os gastos das famílias, com certeza o impacto é positivo.
“Acaba sendo positivo principalmente para as famílias de menor renda, porque a gente sabe que as famílias de menor renda elas gastam uma parte maior proporcionalmente da sua renda com itens essenciais como alimentos. Então isso acaba trazendo um alívio e evitando endividamentos”, completa em conversa com a reportagem.